O artigo tece o argumento de que depois da Guerrilha do Araguaia veio outra guerra, também com graves violações de direitos humanos. No Bico do Papagaio, essa segunda guerra repete barbaridades da primeira e alcança os dias de hoje em violências contra camponeses e indígenas. As violências que ocorrem hoje tem um vínculo com o remate da guerrilha, que foi uma caçada humana, com execuções de prisioneiros, decapitações e torturas impostas a centenas de pessoas suspeitas de ligação com os guerrilheiros. A impunidade está entre as causas da continuação dos abusos. É preciso esclarecer o passado buscando as causas da violência para compreender o presente, e então descontinuar essa história. A partir do Estado, as comissões pela memória, verdade e justiça bucam esclarecer, reconhecer e responsabilizar, e podem ter efeitos amplos.
Biografia do Autor
Rodrigo Correa Peixoto, Museu Goeldi
Rodrigo Corrêa Diniz Peixoto, Phd in Government (University of Essex). Pesquisador no Museu Paraense Emílio Goeldi. Publicações: Memória social da Guerrilha e da guerra que veio depois (Boletim de C. Humanas do MPEG, 2011); O Movimento Indígena no Baixo Tapajós: etnogênese, território, Estado e conflito (Novos Cadernos do NAEA, 2012). rpeixoto@museu-goeldi.br