Demarcação, Supremo Tribunal Federal, Terra Indígena, Raposa Serra do Sol.
Resumo
O artigo analisa os desdobramentos sociopolíticos e jurídicos decorrentes da decisão do STF sobre a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, sobretudo, no que tange às disputas políticas para ampliar a abrangências das dezenove condicionantes formuladas no âmbito do julgamento. Para tanto, expõe as estratégias mobilizadas pelas populações indígenas na tentativa de sensibilizar a opinião pública, ao mesmo tempo em que procuram influir na decisão dos Ministros do Supremo. De maneira complementar, o trabalho escrutina os debates no âmbito do STF que compuseram o julgamento sobre a demarcação de duas terras indígenas que ocorreram pós-decisão do caso Raposa, a saber; Terra Indígena Porquinhos dos Canelas e Terra Indígena Guyraroka. A partir da análise omparativa, pode-se indicar que longe de uma neutralidade jurídica inerente ao ato de decidir, estão em jogo tanto um intricado uso dos instrumentos do direito, como a capacidade de incidência e pressão política levadas a cabo pelas populações indígenas.
Biografia do Autor
Anabelle Santos Lages, Universidade Federal de Alagoas
Doutora em Sociologia, bolsista PNPD do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Alagoas.
Wendell Ficher Teixeira Assis, UFAL - Universidade Federal de Alagos
Doutor em Planejamento Urbano e Regional, professor Adjunto do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas.