Este artigo evidencia o papel de reserva de valor e de agente dinamizador da renda rural das florestas secundárias, também conhecidas como capoeiras, comumente confundidas com áreas degradadas, sem função econômica ou ecológica. A valorização das florestas secundárias – que dominam cada vez mais o cenário da agricultura familiar da Amazônia brasileira – como elemento produtivo foi aqui estudada por meio da identificação e da descrição das cadeias de comercialização já desenvolvidas de produtos oriundos da floresta secundária e de oportunidades de desenvolvimento dessas cadeias de comercialização para os agricultores. As cadeias de comercialização estabelecidas são simples, e os principais produtos identificados são agrupados em categorias de frutíferas, madeiráveis, derivados de animal e plantas medicinais. Conclui-se que as florestas secundárias comprovadamente exercem uma função-chave na manutenção da biodiversidade e na regeneração dos ecossistemas antropizados, além de contribuírem na renda familiar dos agricultores.
Biografia do Autor
Denyse Gomes Mello, Grupo de Assessoria em Agroecologia na Amazônia/GTNA
Pesquisadora do Grupo de Assessoria em Agroecologia na Amazônia/GTNA em temas de produção familiar rural e potencialidade madeireira.
Francisco de Assis Costa
Doutor em Economia pela Freie Universitat Berlin, professor do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos/NAEA/UFPA, com experiência nos temas: Amazônia, desenvolvimento regional e agricultura familiar.
Sílvio Brienza Júnior
Engenheiro Florestal, doutor em Agricultura Tropical na Alemanha pela George August University of Goettingen. Professor do doutorado em Ciências Agrárias da Universidade Federal Rural da Amazônia e pesquisador da Embrapa, nos temas: recuperação de áreas degradadas, plantações florestais e sistemas agroflorestais.