O processo de integração física entre países, assim como mecanismos de cooperação transfronteiriça institucionalizada, está se tornando cada vez mais frequente na América do Sul. Está claro que um dos grandes protagonistas nesse contexto é o Brasil, cuja política tem sido orientada para a implementação de obras estratégicas de envergadura internacional como os corredores bioceânicos, rodoviários e a já recorrente construção de pontes binacionais. Desde meados da década de 1990, a fronteira amapaense tem sido condicionada para uma série de transformações sociais, geográficas e infraestruturais, as quais indicam a construção de novos usos desse território. Essas transformações ampliaram as interações espaciais entre Brasil e França no contexto sul-americano, o que lança bases para novas análises da condição fronteiriça amapaense, reflexões para as quais este artigo visa contribuir. Em um primeiro momento são tecidas algumas considerações sobre a (re)construção da fronteira e da condição fronteiriça; no segundo, aborda-se a organização espacial amapaense e a reestruturação da condição fronteiriça; no terceiro, analisa-se o programa operacional Amazônia e a cooperação na fronteira franco-brasileira para a área de biodiversidade e pesquisa.
Biografia do Autor
Jadson Luís Rebelo Porto
Docente da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Coordenador do Grupo Percepções do Amapá.
Gutemberg de Vilhena Silva
Pesquisador do Grupo Percepções do Amapá e doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).