O movimento indígena reivindicando identidade e território iniciou-se em 1998, na Flona Tapajós, com uma comunidade declarando-se Munduruku. Logo outras comunidades nos rios Tapajós, Arapiúns e Maró se assumiram indígenas e o movimento cresceu, e não apenas em virtude dos direitos dos povos indígenas, respaldados por legislações internacionais e pela Constituição de 1988, em um quadro de insuficiência de serviços públicos para as comunidades caboclas. Concorre também o desejo de pertencer a um povo, a um lugar e a uma luta. A etnogênese que se verifica no Baixo Tapajós está em sintonia com processos de retomada de tradições por grupos étnicos, então considerados aculturados ou extintos, em vários lugares do Brasil e América Latina. No Baixo Tapajós se assenta uma questão políticarelevante, com os indígenas significando um obstáculo aos negócios
Biografia do Autor
Rodrigo Correa Peixoto, Museu Goeldi
Rodrigo Corrêa Diniz Peixoto é pesquisador no Museu Paraense Emílio Goeldi e professor no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFPA, onde leciona Antropologia Econômica. Coordena, no Programa INCT/CNPq/MPEG, o projeto “Elaboração de mapas de populações tradicionais, conflitos e usos da biodiversidade na área da BR-163 (PA), com foco na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiúns, o arquivo ";;;Memória Social da Guerrilha do Araguaia e da Guerra que Veio Depois";;;, em colaboração com o Arquivo Nacional, e o ";;;Observatório dos Conflitos Urbanos na Região Metropolitana de Belém";;;, em convênio com o IPPUR/UFRJ. Em Belém, atua junto a movimentos populares nos bairros do Guamá e Terra Firme, e escreve sobre a resistência popular nos portos públicos do Açai e da Palha. Suas mais recentes publicações são: Memória social da Guerrilha do Araguaia e da guerra que veio depois (Boletim C.Humans/MPEG - 2011), Estetização espúria, negação da vida popular nas margens de Belém e resistência ribeirinha (Encontro SBS – 2010), Perdas e Danos nos Baixões de Altamira (III Encontro Latinoamericano Ciências Sociais e Barragens – 2010).
Karl Arenz, Universidade Federal do Pará
Karl Heinz Arenz é professor de História na Universidade Federal do Pará em Belém. Ele é doutor de História Moderna e Contemporânea pela Université Paris 4-Sorbonne. Suas pesquisas se concentram na história colonial e nas culturas populares da Amazônia. Suas publicações principais são: São e salvo: a pajelança da população ribeirinha do Baixo-Amazonoas como desafio para a evangelização. Quito: Ediciones Abya-Yala, 2003; De l’Alzette à l’Amazone: Jean-Philippe Bettendorff et les jésuites em Amazonie portugaise. Sarrebruck: Éditons Universitaires Européenes, 2010.
Kércia Figueiredo, Universidade Federal do Pará
Kércia Priscilla Figueiredo é doutoranda do Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da UFPA, onde desenvolve o projeto de tese “Terra Indígena Maró: ação coletiva, conflito e conquista territorial na fronteira”. É mestra em Serviço Social pela UFPA, com a dissertação “O Comércio Justo e o Turismo Comunitário na Amazônia: ideais, práticas e nós do mercado”. Colaborou na elaboração da cartilha “Terra Indígena do Maró” editada pelo Projeto Saúde e Alegria e produzida pelo INCT – MPEG 2011.