Belém de Dalcídio ou História e Experiência Literária da Paisagem Urbana da Amazônia

Autores

  • Gunter Karl PRESSLER

DOI:

https://doi.org/10.18542/nra.v4i1.6438

Resumo

Ao contrário de muitos livros sobre Amazônia que insistem no mito e na selva, até hoje, o nosso artigo aborda a questão da cultura e da literatura na Amazônia a partir do ponto histórico-geográfico e a conditio sine qua non de qualquer expressão cultural no sentido moderno, i.e., a partir da existência da cidade com vida pública e a política divulgada em jornais, revistas e livros, pressupondo imprensa, tipografias, círculos literários e mídias modernas. O primeiro jornal na Amazônia apareceu já em 1822 que tinha como redator-chefe Felipe Patroni, o segundo que circulou entre 1824 e 1827, dirigido por Dom Romualdo de Seixas. Com a abertura da navegação livre do Rio Amazonas, em 1867, chegaram viajantes naturalistas à Amazônia, e com eles uma atenção maior à uma vida publica e de informações nacionais e internacionais e, no último quartel do século 19, desenvolveram-se intensas atividades jornalísticas e culturais com redatores e colaboradores. Deve ser observado que a cidade tinha no século 19 em sua maioria habitantes nativos e escravos e uma forte vivência de cultura popular. Como se modificou Belém e o interior do Pará, no final do século 19, com a extração intensiva da borracha na Amazônia? O nosso estudo apresenta enfoques de percepção e de vivência urbana não pelos padres, arquitetos ou viajantes, mas pelo romancista moderno, Dalcídio Jurandir (1909-1979), a fim de contribuir sobre a questão da fronteira entre cidade e campo e da vivência urbana e regional no ambiente dominado pela água e a floresta.

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Dossiê Amazônia