Aulas práticas em ciências: concepções de estagiários em licenciatura em biologia e a realidade durante os estágios

Autores

  • Tamiris Franco de Castro Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Campus Palmeira das Missões
  • Andréa Inês Goldschmidt Universidade Federal de Santa Maria, UFSM

DOI:

https://doi.org/10.18542/amazrecm.v13i25.3800

Palavras-chave:

aulas práticas, ensino em ciências, formação docente

Resumo

Atividades práticas são apontadas como um recurso importante para o ensino de Ciências. Objetivou-se investigar a concepção de atividades práticas e como estas se fazem presentes na sala de aula, quando os docentes em formação têm a possibilidade de planejarem suas ações durante o estágio. Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, direcionada a vinte licenciandos, participantes do Estágio Curricular Supervisionado em Ciências Biológicas no Ensino Fundamental II. Também foram investigados os planos de aulas dos estagiários, a fim de identificar as estratégias didáticas utilizadas. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo e revelaram que os docentes em formação não apresentam clareza sobre o conceito de aulas práticas, compreendem a importância das mesmas e seu papel como facilitador na aprendizagem, mas pouco usam estas, durante suas aulas. Apontaram como dificuldades, a falta de tempo para a realização de experimentos, falta de laboratório e recursos, receio quanto à indisciplina, falta de criatividade e também dificuldade em aliar a teoria-prática. Os acadêmicos priorizam ainda uma visão dissociativa, que desintegra a teoria da prática, sendo necessária uma reflexão deste paradigma.

Biografia do Autor

Andréa Inês Goldschmidt, Universidade Federal de Santa Maria, UFSM

Doutora, Professora de Estágios em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Santa Maria, Campus Palmeira asMissões.

Referências

BARBOSA, J. O.; PAULO, S. R.; RINALDI, C. Investigação do Papel da Experimentação na Construção de Conceitos em Eletricidade no Ensino Médio. Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, v. 16, n. 1, p. 105-122, 1999.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011, 229 p.

BAZZO, V. L. Para onde vão as licenciaturas? A formação de professores e as políticas públicas. Educação, Santa Maria, RS, v. 25, n. 1, p. 53-65, 2000. BRASIL, MEC. Parâmetros Curriculares Nacional. Ciências Naturais. Brasília: Ministério da Educação – Secretaria de Educação Fundamental, 1998.

BUENO, R. S. M.; KOVALICZN, R. A. O ensino de Ciências e as dificuldades das atividades experimentais. 2008. p. 18, 19. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br /portals/pde/arquivos/23-4.pdf. Acesso em: set. 2016.

CAMPOS, C. R. P. A saída a campo como estratégia de ensino de ciências: reflexões iniciais. Revista Eletrônica Sala de Aula em Foco, v. 1, p. 33-38, 2012.

CANDAU, V. M. e LELIS, I. A. A Relação Teoria-Prática na Formação do educador. In: CANDAU, V. M (Org.). Rumo a uma Nova Didática. 10 ed. Petrópolis: Vozes. 1999. p. 56-72.

CARRAHER, D. W.; CARRAHER, T. N. e SCHLIEMANN, A. D. Caminhos e descaminhos no ensino de ciências. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 37, n. 6, jun. p.889-896, 1985

CARRETERO, M. Constructivismo y Educación. Zaragoza: Editorial Luis Vives, 1993. DEWEY, J. Vida e Educação. 10. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1978.

FRACALANZA, H.; AMARAL, I. A.; GOUVEIA, M. S. F. O ensino de Ciências no Primeiro Grau. São Paulo: Atual, 1987. 124 p.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. 43 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.

GALIAZZI, M. C.; GONÇALVES, F. P. A natureza pedagógica da experimentação: uma pesquisa na licenciatura em Química. Química Nova, v.27, n.2, p.326-331, 2004.

GUIMARÃES, S. É. R. e BORUCHOVITCH, Evely. O Estilo Motivacional do Professor e a Motivação Intrínseca dos Estudantes: Uma Perspectiva da Teoria da Autodeterminação. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2004, 17(2), pp.143-150.

GOLDSCHMIDT, A. I. el al. Entre riscos e rabiscos: concepções sobre a imagem docente. Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista, v. 6, n. 1. jan/jun 2016.

HACKING; I. Refazer o mundo. In: A Ciência como Cultura, 103-118. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1992.

HODSON, D. Hacia um enfoque más crítico del trabajo de laboratório. Enseñanza de las Ciencias, v.12, n. 13, p.299-313, 1994.

HOERNIG, A.M. e PEREIRA A.B. As aulas de Ciências Iniciando pela Prática: O que Pensam os Alunos. Revista da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v.4, n.3. set/dez 2004, p.19-28.

HOLANDA, A. B. Míni Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Positivo Editora. 8ª Ed. 2010.

KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2011, 4 ed.

LABURÚ, C. E.; ARRUDA, S. M. e NARDI, R. Pluralismo metodológico no ensino de ciências. Ciência & Educação, v. 9, n. 2, p. 247-260, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v9n2/07.pdf. Acessado em junho de 2016.

LAKATOS, E. M. e MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. LUNETTA, V. N. Atividades práticas no ensino da ciência. Revista Portuguesa de Educação, v.2, n.1, p.81-90, 1992.

OLIVEIRA, C. L. Significado e contribuições da afetividade, no contexto da Metodologia de Projetos, na Educação Básica. Dissertação de Mestrado, CEFET-MG, Belo Horizonte. MG, 2006.

PENICK, J. E. Ensinando alfabetização científica. Educar em Revista Curitiba, n. 14, p. 91-113, 1998. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/er/n14/n14a07.pdf. Acessado em junho de 2016.

PEREIRA, M. G. et al. Modalidades didáticas utilizadas no Ensino de Biologia na educação básica e no ensino superior. In: X Jornadas Nacionales V Congreso Internacional de Enseñanza de la Biología Entretejiendo la enseñanza de la Biología en una urdimbre emancipadora. Córdoba. Argentina, 2012.

POSSOBOM, C.C.F.; OKADA, F.K. e DINIZ, R.E.S. As atividades práticas de laboratório no ensino de Biologia e Ciências: relato de uma experiência. In: Universidade Estadual Paulista – Pró-Reitoria de Graduação. (Org.). Núcleos de Ensino. São Paulo: Editora da UNESP, v. 1, p. 113-123, 2003.

POZO, J. I. e GÓMEZ CRESPO, M. Á. Aprender y enseñar ciencia. Madrid: Ediciones Morata, 1998.

REGINALDO, C. C.; SCHEID, N. M. J. e GULLICH, R. I. C. O Papel Da Experimentação no Ensino de Ciências. In: Anais do II Congresso Internacional De Educação Científica E Tecnológica, 2012, Santo ngelo: Ediuri, 2012. v. 2. p. 01-01.

SEPEL, L. M. N. História da ciência e atividades práticas: proposta para formação inicial de docentes. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2012.165 p. Disponível em: http://w3.ufsm.br/ppgecqv/Docs/teses/Lenira.pdf. Acessado em 18 de agosto. 2016.

SILVA, B. B. T. N. et al. Utilização das modalidades didáticas pelos professores de Biologia de uma escola Estadual em Pernambuco. In: X Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão – JEPEX – UFRPE. Recife. 2010.

SILVA, L. H. A e ZANON, L. B. Experimentação no ensino de ciências. In: SCHNETZER, R. P. e ARAGÃO, R. M. R. (Orgs.) Ensino de Ciências: fundamentos e abordagens. Campinas: V Gráfica, 2000. p. 120-153.

VIVEIRO, A. e DINIZ, R. E. S. Atividades de campo no ensino das ciências e na educação ambiental: refletindo sobre as potencialidades desta estratégia na prática escolar. Ciência em tela. v. 2 n.1, 2009.

ZIMMERMANN, E. e BERTANI, J. A. Um novo olhar sobre os cursos de formação de professores. Cad.Bras.Ens.Fís., v.20, n.1: 43-62, 2003.

Downloads

Publicado

2016-12-31

Edição

Seção

Artigos Científicos