Indicativos de uma aritmética para ensinar na formação de professores em um curso de férias na Bahia
DOI:
https://doi.org/10.18542/amazrecm.v14i31.5887Palabras clave:
aritmética, formação de professores, BahiaResumen
Tem por objetivo identificar características de uma aritmética para ensinar na Bahia, por meio das orientações para o ensino de aritmética nos cursos de férias, ocorridos em 1927 e 1928, voltados para a formação dos professores primários e instituídos pela Lei 1.846, de 14 de agosto de 1925, que dispõe sobre a Reforma da Instrução Pública no Estado. Para tanto, [1] identifica os experts que estiveram junto de Anísio na elaboração e/ou divulgação de uma aritmética para ensinar; [2] inventaria, em documentos relativos à formação de professores, as orientações para o ensino de aritmética, apresentada pelos experts nas conferências do Curso de Férias. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de cunho histórico-documental fundamentada por alguns conceitos da História Cultural, tais como: representação e apropriação, propostos por Roger Chartier, e estratégias, apresentado por Michel De Certeau. Sinaliza a articulação de diferentes conteúdos, saberes pedagógicos e métodos de ensino na constituição de uma aritmética para ensinar na Bahia. Identifica que o tripé da aritmética para ensinar consistia na capacidade do professor em tornar o ensino concreto, prático e lúdico, além de favorecer possibilidades de descobertas e interconexões entre os saberes aritméticos escolares e as situações da vida prática, em que eles eram necessários.Citas
ALVES, Isaias. Educação e Saúde na Bahia na interventoria Landulfo Alves: (abril 1938-junho 1939). Bahia, Gráfica e Editora Ltda., 1939.
BAHIA (estado). Lei nº 1846 de 14 de agosto de 1925. Leis do Estado da Bahia dos annos de 1924 e 1925. Bahia, Imprensa Official do Estado, 1925a.
LEITÃO, Julia. O ensino de matemática na escola primária. Revista do Ensino. Bahia Anno III (número especial) – Curso de Férias, Bahia, 1927.
TEIXEIRA, A. S. Relatório apresentado ao Ex. Sr. Cons. Bráulio Xavier da Silva Pereira. Secretário do Interior, Justiça e Instrução Pública pelo Diretor Geral da Instrução Pública, para ser encaminhado ao governador do Estado da Bahia. Salvador: Imprensa Oficial do Estado, 1928a. Disponível em: http://www.bvanisioteixeira.ufba.br. Acesso em: 19 jun. 2016.
TEIXEIRA, A. S. Aspectos americanos de educação. Salvador: Tip. De São Francisco, 1928b. 166p. Disponível em: http://www.bvanisioteixeira.ufba.br/artigos/aspamerieducacao/indice.htm. Acesso em: 19 jun. 2016.
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de Historiador, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
BOMENY, H. Os intelectuais da educação. 2 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Editora Bertrand Brasil. Rio de Janeiro, 1990.
CHARTIER, Roger. À Beira da Falésia: a história entre incertezas e inquietude. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2002.
DE CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. Petrópolis, Rio de janeiro: Vozes, 1994.
D’ESQUIVEL, Márcio Oliveira. O ensino de Desenho e Geometria para a escola primária na Bahia (1835-1925). 121f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Jequié, BA, 2015.
DUBREUCQ, Francine. Jean-Ovide Decroly. Recife: Editora Massangana, 2010.
FARIA FILHO, L. M; VIDAL, Diana. Os tempos e os espaços escolares no processo de institucionalização primária no Brasil. Revista Brasileira de Educação, São Paulo n. 14, p. 19-34, mai./ago. 2000.
HEILAND, Helmut. Friedrich Fröbel/Helmut Heiland; tradução: Ivanise Monfredini. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010.
HOFSTETTER, Rita; SCHNEUWLY, Bernard; FREYMOND, Mathilde de. Penetrar na verdade da escola para ter elementos concretos de sua avaliação: a irresistível institucionalização do expert em educação (século XIX e XX). In: HOFSTETTER, Rita; VALENTE, Wagner Rodrigues (Orgs.). Saberes em (trans)formação: tema central da formação de professores. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2017.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Froebel e a concepção de jogo infantil. Revista da Faculdade de Educação, [S.l.], v. 22, n. 1, p. 145-167, jan. 1996. ISSN 1806-9274. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rfe/article/view/33600. Acesso em: 24 maio 2017.
PIAGET, J. Seis estudos de psicologia. Trad. Maria A.M. D’Amorim; Paulo S.L. Silva. 24 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1999.
SANT’ANA, Claudinei de Camargo et al. A constituição dos saberes matemáticos na escola primária do estado da Bahia, século XIX-XX. In: Seminário Temático: o Ensino da Matemática na Escola Primária (XIX – XX) – Encontro Franco-Brasileiro, 13, 2015, Limoges – França. Anais do Seminário Temático. Disponível em: http://seminariotematicofrancobrasileiro.paginas.ufsc.br/files/2015/ 12/ACONSTITUI%C3%87%C3%83O-DOS-SABERES-MATEM%C3%81TICOS-NA-SCOLAPRIM%C3%81RIA-DO-ESTADO-DA-BAHIA-SECULO-XIX-XX.pdf. Acesso em: 16 de junho de 2016.
VALENTE, Wagner Rodrigues. A Matemática a ensinar e a Matemática para ensinar: os saberes para a formação do educador matemático. In: HOFSTETTER, Rita; VALENTE, Wagner Rodriges (Orgs.). Saberes em (trans)formação: tema central da formação de professores. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2017.