Etnofísica e linguagem

Autores

  • Ednilson Sergio Ramalho de Souza Universidade Federal do Oeste do Pará
  • Marisa Rosani Abreu da Silveira Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.18542/amazrecm.v12i23.2498

Palavras-chave:

Etnofísica, jogos de linguagem, flutuabilidade, sala de aula

Resumo

O saber etnofísico relaciona-se a uma classe especial de trabalhadores: os mestres de ofício, ou seja, profissionais que possuem larga expertise em mobilizar saberes científicos em ocupações fundamentalmente práticas. Nosso interesse recai sobre os construtores de canoas. Uma pergunta a responder é: como o construtor de canoas usa a linguagem para expressar seus saberes em ciências e matemática? Assim, o objetivo é investigar a relação entre linguagem e saber etnofísico no contexto da construção de canoas. Especificamente intencionamos: investigar de que maneira os construtores de canoas expressam seus saberes sobre o conceito de flutuabilidade; relacionar esses saberes ao que se aprende nos livros didáticos e propor orientações pedagógicas que visem o uso da Etnofísica em sala de aula. Fizemos um estudo de caso etnográfico com utilização de entrevista estruturada a um mestre de um município no interior paraense. Os resultados iniciais evidenciam que ele usa em sua prática os mesmos princípios físicos sobre densidade e empuxo que usaria um engenheiro ou professor para pensar sobre flutuabilidade; contudo, os jogos de linguagem evocados no momento da entrevista parecem “mascarar” a cientificidade das técnicas desenvolvidas na prática de seu ofício.

Biografia do Autor

Ednilson Sergio Ramalho de Souza, Universidade Federal do Oeste do Pará

Docente da Universidade Federal do Oeste do Pará. Doutorando em Educação em Ciências e Matemática (Reamec/Ufpa). Mestre em Educação em Ciências em Matemática/Ufpa. Especialização em Educação Matemática/Ufpa.

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Publicado

2015-12-31

Edição

Seção

Artigos Científicos