Pesquisa-desenvolvimento e movimentos sociais de pescadores: experiências no Pará

Autores

  • Wilma Leitão
  • Maria Cristina Maneschy

DOI:

https://doi.org/10.18542/raf.v1i1.4551

Resumo

Neste artigo pretendemos descrever as experiências de trabalhos conjuntos realizados pela equipe de pesquisadores e bolsistas do Museu Paraense Emílio Goeldi e da Universidade Federal do Pará com o Movimento Nacional dos Pescadores – MONAPE, mostrando como o envolvimento de entidades representativas da categoria dos pescadores no processo de contrução de conhecimento torna-se a contrapartida dos pesquisadores no fortalecimento de tais entidade e na contribuição para seu desenvolvimento e melhoria de ocndições de vida dos trabalhadores. Apresentando alguns pontos semelhantes aos pequenos produtores rurais, os pescadores são pequenos produtores mercantis, cuja problemática de sobrvivência esbarra em inúmeras dificuldades, enquanto classes produtoras de “baixa classicidade”, excluídos dos benefícios advindos de seu trabalho, e no tocante às condições de produção, não tipicamente capitalistas onde o parentesco e relações sociais são elementos importantes no processo produtivo. Além disso, para grande parte da população ribeirinha na Amazônia, agricultura e pesca são atividades complementares contituindo a base de sua economia. Nesse sentido, entendemos que a discussão sobre desenvolvimento sustentável, deve ir além de preocupação com a conservação biológica dos recursos naturais, mas agir como instrumento de apoio às populações tradicionais para que estas permaneçam buscando sua economia na exploração desses recursos. Ao resgatar os saberes e as “vozes” dos pequenos produtores, a pesquisa coloca-os presentes na discussão e elaboração de políticas de desenvolvimento e de conservação e além de comprometer-se com a compreensão da realidade, a pesquisa deve lançar-se na viabilização da transformação dessa realidade, em benefício daqueles que utilizam de forma tradiconal os recurso naturais.

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