Análise da produção de mudas por viveiros na região sudeste do Pará

Autores

  • Maria Helena Vieira da Silva Universidade Federal do Pará
  • Fernando Michelotti

DOI:

https://doi.org/10.18542/ragros.v1i1.1149

Resumo

RESUMO: O ponto de partida da Assistência Técnica deve ser o diagnóstico do meio biofísico mais geral, da parcela agrícola, dos sistemas de produção e do sistema de decisão familiar. Mas o principal é que esses diferentes níveis de diagnóstico devem aparecer integrados num diagnóstico mais geral do “funcionamento do estabelecimento agrícola” e da sua relação com o meio sócio-econômico envolvente. Para isso, não basta termos agrônomos capazes de realizar bons diagnósticos, é fundamental que também sejam capazes de propor soluções agronômicas e sócio-econômicas para a superação dos problemas diagnosticados. A experiência amazônica mostra que a produção familiar, conseguiu sistemas de produção melhor sucedidos através dos sistemas agroflorestais dinâmicos. Isso tem chamado a atenção para a construção de uma identidade agroflorestal nos movimentos sociais do campo na Amazônia. Na região Sudeste do Pará, a luta pela terra e a fragilidade da permanência dos posseiros gerou sistemas de produção simplificados, com base na trajetória roça – pasto, também caracterizada como pecuarização da produção familiar. O avanço dessa trajetória implicou no elevado índice de desmatamento, promoveu perdas de fertilidade de solo, presença expressiva de capim nos sistemas, alta propensão à fogo e queimadas descontroladas, desconhecimento técnico de como manejar sistemas arbóreos, ausência de infra-estrutura silvicultural, mercados e cadeias de comercialização pouco diversificados e fortemente estruturados para a pecuária. A partir desse diagnóstico, três gargalos precisam ser tratados: (i) como superar a dificuldade inicial de introdução de sistemas agroflorestais frente às condições ambientais adversas já citadas? (ii) como fortalecer a coordenação do ambiente econômico-institucional de uma trajetória alternativa? (iii) como possibilitar um diálogo entre o conhecimento produzido pelos agricultores e o produzido na Academia? Este trabalho está diretamente ligado ao diagnóstico do arranjo produtivo de fornecimento de insumos para a formação de SAF’s, dando ênfase na produção de mudas em viveiros de mudas florestais, frutíferas ou ornamentais certificados ou não pelo CREA-PA. O levantamento tenta melhor compreender a dinâmica econômico-produtiva dos viveiros regionais, assim como sistematizar informações úteis na busca por mudas de qualidade e em quantidade satisfatória aos interessados; além de averiguar as técnicas utilizadas. A primeira parte do trabalho consiste da pesquisa bibliográfica e empírica sobre espécies de interesse dos agricultores que pudessem ser incorporadas aos plantios agroflorestais. Essa pesquisa define as características agronômicas do cultivo dessas espécies, bem como seu potencial de comercialização. A segunda parte do trabalho consiste no levantamento de viveiros existentes na microrregião de Marabá, registrados ou não no CREA- PA, que realizem ativamente o trabalho de distribuição de mudas gratuito ou vendido. Para a aquisição de informações faz-se uso de um questionário semi-estruturado com 68 questões abrangendo termos técnicos de produção e aspectos sociais, econômicos e culturais envolventes. Para a construção do questionário foram realizadas pesquisas técnicas e socioeconômicas com a finalidade de melhor entendimento da dinâmica do estabelecimento e interação com os consumidores. Espera-se colher informações suficientes para uma análise complexa do sistema de produção de mudas na região, envolvendo técnicas utilizadas e com potencial de serem introduzidas e a importância social, econômica e ambiental da produção. PALAVRAS-CHAVE: Produção de mudas, diagnóstico, técnicas utilizadas, meio socioeconômico.

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Publicado

2013-05-06

Edição

Seção

Resumos