Este artigo analisa a relação da Santa Casa de Misericórdia do Pará com seus próprios escravos, ao longo do século XIX. Com base na documentação produzida pelos presidentes da província do Pará e nos relatórios dos provedores da Santa Casa, faz-se um apanhado histórico do tratamento dispensado aos escravos, os tipos de trabalhos em que eles eram usados e em que condições, a importância do trabalho escravo enquanto fonte de renda para a instituição, o papel dos escravos durante as epidemias, as doenças que os acometiam e as formas de tratamento. A pesquisa mostra que, se muitas vezes puderam fazer uso dos serviços médicos da instituição, não seria em irmandades como a Santa Casa de Misericórdia que os escravos encontrariam espaço para expressar suas angústias diante das tensões da escravidão. Palavras-chave: Santa Casa de Misericórdia do Pará, hospital, escravidão.
Biografia do Autor
Marcio Couto Henrique, Universidade Federal do Pará
Historiador e antropólogo, docente doPrograma de Pós-Graduação em História(PPHIST) da Universidade Federal doPará (UFPA).