O objetivo do artigo é analisar como os programas de políticas públicas que afe¬tam as mulheres extrativistas de mangaba têm sido interpretados localmente. Os programas em análise são o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Seguro-Desemprego do Pescador Artesanal, nos quais elas participam regular ou ocasionalmente. Foram realizadas observações e entrevistas com roteiro aberto e semiestruturado e os dados foram analisados à luz dos aportes teóricos da sociologia. Os resultados indicam que ambos os programas proporcionam melhoria no acesso à renda e na satisfação das suas afiliadas; diferenciam-se, entretanto, quanto ao uso dos recursos naturais, temporariamente interditado na pesca e estimulado no extrativismo da mangaba. Em relação aos sentidos, o PAA abriga relações mais próximas das mercantis, pois exige contrapartida contratual; o seguro-defeso é percebido localmente como uma relação assistencial, “uma ajuda” do governo para os pobres, com uma contrapartida que depende da consciência de cada um. Palavras-chave: Programa de Aquisição de Alimentos, Seguro-Defeso do pescador artesanal, Catadoras de mangaba.
Biografia do Autor
Dalva Maria da Mota, Embrapa Amazônia Oriental
Pesquisadora da Embrapa AmazôniaOriental e Professora no Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônica doNCADR/UFPA
Heribert Schmitz, Universidade Federal do Pará - UFPA
Docente e pesquisador do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFPA, Belém, PA. Professor nos Programas de Pós-Graduação em Ciências Sociais e Agriculturas Amazônicas, ambos da UFPA