O artigo discute resultados de pesquisas realizadas, de forma articulada, pelo grupo de pesquisa Estudos Socioambientais Costeiros/UFPA, em várias comunidades de populações tradicionais na região da Reserva Extrativista Marinha de Caeté Taperaçu/Bragança/PA. São destacadas as maneiras como a divisão sexual do trabalho e o acesso ao trabalho remunera¬do, sobretudo o beneficiamento do caranguejo, atualizam a persistência sócio-histórica das desigualdades de gênero. Interessa salientar que a reflexão desta estabilidade se apoia nas mudanças que vêm se dando nas relações entre homens e mulheres: construção de flexibilidades estratégicas no sentido de recriação de práticas e de valores que, simultaneamente, mantêm o sistema de gênero. Identifica-se a inflexibilidade das representações sociais hierárquicas e assimétricas de gênero ancoradas na capacidade reprodutiva das mulheres. Palavras-chave: Relações de gênero, relações de trabalho, populações tradicionais, extrativismo, pesca artesanal.
Biografia do Autor
Deis Elucy Siqueira, Universidade Federal do Pará - UFPA
Bolsista sênior do CNPq. Professora Aposentada da Universidade de Brasília. Atualmente pesquisadora visitante da UFPA – Campus de Bragança, atuando junto ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental