Este artigo é uma provocação à reflexão do que vai no imaginário popular e de alguns cientistas sobre os “índios” e sua relação com o ambiente natural. Visa demonstrar com exemplos brasileiros que as sociedades e culturas humanas não permanecem estáticas no tempo e no espaço, portanto, não é adequado pensar em grupos indígenas desconectando-os de sua realidade contemporânea. Não há uma sociedade “tradicional” ideal, assim como nem todos os cidadãos cosmopolitas são igualmente responsáveis pela degradação ambiental atual. Portanto, esperar que as pessoas de hoje, de qualquer grupo, permaneçam congeladas em um passado idílico, e não levar em consideração suas especificidades, fazendo generalizações simplistas sobre sua situação socioecológica, é uma temeridade acadêmica que pode ter sérias consequências para os grupos em questão e o ambiente natural. Palavras-chave: Índios, meio ambiente, ecologia, bioantropologia, Amazônia.
Biografia do Autor
Hilton P. Silva, Universidade Federal do Pará - UFPA
Docente e pesquisador do IFCH/UFPA,atuando junto ao Programa de Pós-Graduaçãoem Antropologia