Este texto aborda o canto funerário das mulheres Javaé como um gênero musical emergente de contextos performativos. Os lamentos e choros chamados de iburu são executados pelas mulheres durante os períodos de luto. Será analisada, inicialmente, a relação desses cantos com a narrativa mito-cosmológica e, em seguida, as categorias da teoria nativa da música obtidas por meio da pesquisa de campo que põem em evidência os aspectos desses cantos como composições improvisadas, música vocal e narrativas musicalizadas inscritas num processo performativo que sintetiza identidades de gênero, afecções como nostalgia, saudade e dor exteriorizados em formas poéticas sonoras. Palavras-chave: cantos, gênero, identidade, Javaé.