Este trabalho constitui-se de dois relatos no formato de história de vida, fornecidos por uma interlocutora que se define como lésbica e um interlocutor que se define como gay, pertencentes às camadas médias urbanas na cidade de Teresina. Explora-se, por meio deste recorte específico, situações vivenciadas por gays e lésbicas no âmbito de suas redes de sociabilidade. Utiliza-se aqui o conceito de rede como um recurso da metodologia etnográfica desenvolvida pela Escola de Manchester. Através dela, buscamos, enfatizar as relações interpessoais num meio social não estruturado e em contextos sociais particulares. A análise dos arranjos das relações e as lógicas classificatórias utilizadas, bem como as posições e os padrões de interação, nos informam sobre as fronteiras, as tensões e as negociações existentes na dinâmica das redes. Assim, buscam-se entender como são produzidas as gramáticas morais, que operam no sentido de controlar o comportamento dos indivíduos, bem como reforçar certas normas sociais. Nesse sentido, consideram-se como categorias de análise: “honra”, “distinção” e “vergonha”.