O presente artigo é fruto da pesquisa etnográfica realizada acerca das práticas de trabalho do grupo Teatro Popular União e Olho Vivo (TUOV), atuante na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo. Descendentedo movimento de teatro engajado dos anos sessenta, este grupo se insere na discussão crítica a respeito da mercantilização da arte, e se posiciona de forma antagônica às relações capitalistas de trabalho. Pretende-se, aqui, abarcar uma reflexão sobre as memórias de dois senhores – Idibal Pivetta e Neriney Moreira –, fundadores deste grupo e ainda atuantes nele – referentes aos impactos que o crescimento da cidade de São Paulo trouxe aos seus trabalhos no âmbito artístico e às estratégias por eles utilizadas para transformar as relações de trabalho no interior desta trupe.