POR UM MUNDO ONDE CAIBAM MUITOS MUNDOS: PROPOSTAS PARA UM DEBATE EM TORNO DA DESCOLONIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
DOI:
https://doi.org/10.18542/hendu.v6i1.2464Resumo
Neste trabalho, pretendo explorar criticamente algumas das limitações dos principais discursos filosóficos que fundamenta, mas concepções hegemônicas sobre direitos humanos no mundo ocidental, invariavelmente fundadas na premissa- visível ou oculta - da superioridade europeia/anglo-americana. Pretendo demonstrar que o positivismo jurídico, ao invés de representar uma alternativa ao jusnaturalismo ocidental cristão/burguês, constituiu historicamente uma importante ferramenta de concretização e validação formal desta visão de mundo. Nesse sentido, procuro deslegitimar a metáforadas ";;;;gerações";;;; de direitos humanos e a tese do ";;;;consenso histórico";;;; em torno dos direitos humanos realmente existentes. Defendo que a construção do mito dos direitos humanos universais - a partir da Declaração de 1948 - serviu precisamente para universalizar a particular visão de mundo ocidental moderna/colonial e para naturalizar a existência de diversas relações de dominação, exploração e império entre os seres humanos concretos e de exploração irresponsável do entorno natural. Este mito atua também no sentido de sequestrar e colonizar o horizonte utópico dos indivíduos e coletivos que lutam por reconhecimento e acaba neutralizando assim o debate em torno da construção de alternativas. Por fim, busco esboçar algumas ideias que possam contribuir à construção coletiva de uma concepção de direitos humanos crítica, descolonial, impura e subversiva que possa servir (e servir-se) aos (dos) distintos processos de luta por um mundo onde caibam muitos mundos. Palavras-chave: direitos humanos, Ocidente, modernidade/colonialidade, descolonização, propostas de diálogo.Downloads
Publicado
2015-11-13
Edição
Seção
Artigos Científicos Originais