A partir de uma reflexão sobre o conceito de fertilidade do solo, discute-se neste artigo a adequação dos conceitos aos seus contextos históricos. Tendo-se chegado à uma crítica dos paradigmas agronômicos desde o final da década de 70, verifica-se a utilização corrente dos mesmos conceitos em boa parte da literatura atual. Novas contribuições para a criação de novos métodos e práticas agrícolas adequados aos conhecimentos atuais sobre a relação homem natureza vêm sendo acrescentadas ao estoque de conhecimentos produzidos e referenciados desde aquele período. O discurso ecológico e ambientalista ganha peso e estrutura-se consolidando-se nos diversos aspectos da vida moderna e em particular nas formas de praticar a agricultura. Recorre-se a estudos históricos para refletir o que de fato ocorreu nesta região ao longo do tempo de sua ocupação. Na Amazônia, em particular, o uso do- fogo e a noção generalizada de que os solos são pobres vêm sendo recolocados de forma a poder explicar a vigorosa vegetação e fauna ali existente. Ambientalistas militantes da sociedade civil, tanto quanto pesquisadores vinculados aos órgãos governamentais de pesquisa diminuem o fosso existente anteriormente entre eles no que concerne à uma visão sobre as relações sociedade-natureza.
Biografia do Autor
Gutemberg Armando Diniz Guerra, UFPA
Engenheiro agrônomo, Doutor em Sócio-economia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris, França, pesquisador e professor da UFPA / CNPq. NAEA e NEAF.
Maria de Nazaré Angelo-Menezes, UFPA
Engenheira Agrônoma, Doutora em História Agrária pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris, França, pesquisadora e professora da UFPA / CNPq. NAEA e NEAF.