Este artigo intenta explicitar como os processos de representação regional da Amazônia estavam diretamente vinculados às novas configurações de ordem política e intelectual geradas nos anos 1920 e 1930. Considerando-se que o movimento modernista no Brasil deflagrou um rearranjo no campo da cultura e as alianças envolvendo uma gama de intelectuais de diferentes regiões do país acabaram por gerar efeitos substanciais nos modos de representação regional. A partir da análise de algumas obras e textos do crítico amazonense Péricles Moraes, objetiva-se demonstrar como a sua afirmação como um autor local, autorizado a estabelecer os critérios de um regionalismo amazônico, rejeitou o experimentalismo estético modernista e buscou preservar uma tradição literária passadista como chave de entendimento da realidade amazônica.
Author Biography
Marco Aurélio Coelho Paiva, Universidade Federal do Amazonas
Professor Associado I do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amazonas