A dimensão sexuada nas análises do trabalho está posta há cerca de trinta anos pela sociologia do trabalho francesa. Este artigo faz um balanço dessa integração conceitual e de aportes epistemológicas. Cabe inicialmente apresentar o estado da arte das rupturas conceituais e de sua periodização. Com efeito, as problemáticas que levam em conta as categorias de sexo tem uma história, que abriu a possibilidade de rupturas teóricas e epistemológicas maiores, notadamente com uma tradição da sociologia do trabalho francesa centrada sobre a figura arquétipica, universal, do operário da grande empresa industrial. O desafio teórico foi o de integrar as categorias de gênero no campo do trabalho retraduzindo métodos, enfoques, instituições constitutivas desta disciplina e instrumentos de trabalho. Procuramos demonstrar, a partir de uma revisão da produção científica das últimas décadas, os aportes trazidos pelas pesquisas que introduziram a perspectiva de gênero na análise dos objetos tradicionais da sociologia do trabalho. Pontuaremos algumas diferenças de caráter nacional, – notadamente européias – entre as maneiras que têm as sociologias do trabalho de integrar a relação social de sexo.
Author Biographies
Helana Hirata, Centre Nationale de la Recherche Scientifique, Institut de Recherche sur les Sociétés Contemporaines-IRESCO
Socióloga, Diretora de Pesquisa no Centre Nationale de la Recherche Scientifique, Institut de Recherche sur les Sociétés Contemporaines-IRESCO, Groupe d´Etudes sur la Division Sociale et Sexuelle du Travail-GEDISST, Paris, França.
Danièle Kergoat, Centre Nationale de la Recherche Scientifique, Institut de Recherche sur les Sociétés Contemporaines-IRESCO
Socióloga, Diretora de Pesquisa no Centre Nationale de la Recherche Scientifique, Institut de Recherche sur les Sociétés Contemporaines-IRESCO, Groupe d´Etudes sur la Division Sociale et Sexuelle du Travail-GEDISST, Paris, França.