A discussão que segue trata de uma abordagem das comunidades tradicionais amazônidas e sua inserção no processo de globalização pela via da parceria com empresas de cosméticos, no caso a Natura. Nesse aspecto, o objetivo é discutir o processo de valoração da cultura dessas comunidades tradicionais, e sua relação com a questão ambiental, ao serem incorporadas na política socioambiental da empresa. Na forma como essas relações são produzidas, entendemos que sua projeção no cenário global se dá pela via da mercantilização cultural, fenômeno crescente no atual modelo capitalista. Destarte, o tema é abordado em duas frentes: a primeira diz respeito ao processo de apropriação da cultura produzida por/nessas comunidades pela empresa, partindo, inclusive, da idéia de que o valor cultural emprestado das comunidades tradicionais amazônicas, assim como o conteúdo ambiental aí existente, projeta na empresa uma valoração da sua imagem e, em conseqüência, do seu produto; a segunda, trata-se da discussão desse tema como um mecanismo de obtenção da renda monopolista, termo trazido para o debate geográfico pelo geógrafo David Harvey. O trabalho é fruto de quatro de anos de pesquisa sobre a ação de empresas na Amazônia.
Author Biographies
Jodival Mauricio da Costa, Universidade de São Paulo e Sorbonne Nouvelle
Géografoa (Doutorando em Ciência Ambiental) estudante de doutorado em regime de co-tutela USP e Sorbonne Nouvelle. Atua na área depPolítica territorial e meio ambiente.
Praticia Richetti, Universidade Federal de Santa Maria
Relações Públicas (mestre em Geografia pela UFSM). Atua na área de empresa e meio ambiente, com ênfase em discussão de valores ambientais.