Este artigo tem por objetivo reconhecer a obra do poeta paraense Bruno de Menezes como antecipadora dos conceitos de negritude e crioulização, impressos em Aimé Cesaire e Edouard Glissant, conceitos que qualificam a modernidade do literato. Para tanto, serão analisados três poemas de Menezes, publicados no livro Batuque (1931), considerando-se o estilo e as condições sociais e históricas de produção. Conclusivamente, destaca-se que o não reconhecimento da poesia de Menezes, no cânone local e nacional, foi muito mais decorrente de fatores sociais do que em razão da qualidade de sua obra.
Biografía del autor/a
José Guilherme dos Santos Fernandes, Universidade Federal do Pará
Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Pará (1992), mestrado em Letras: Lingüística e Teoria Literária pela Universidade Federal do Pará (1998) e doutorado em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (2004). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal do Pará, atuando no Curso de Mestrado em Letras, em Belém, e na Faculdade de Letras, do Campus Universitário de Bragança. Atua nas seguintes áreas: narratologia, cultura popular, estudos da oralidade, estudos de literatura da Amazônia. Publicou, em 2007, pela EDUFPA, o livro ";O boi de máscaras: festa, trabalho e memória na cultura popular do Boi Tinga de São Caetano de Odivelas, Pará";, a partir de sua tese homônima do doutorado. Coordena o Projeto de Pesquisa ";Versão e ficção: discursos, identidades e saberes interculturais em representações narrativas do Nordeste paraense";, desde 2010, que tem objetivo de estudar e pesquisar narrativas orais e escritas de representação dos dramas e saberes da Amazônia costeira. Em 2010, foi contemplado com o Edital Funarte de Produção Crítica em Culturas Populares e Tradicionais.