O PONTO PERDIDO NA TRAMA DO DESENVOLVIMENTO DA COTONICULTURA EM MATO GROSSO

Autores/as

  • Alexandre Magno de Melo FARIA Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

DOI:

https://doi.org/10.5801/ncn.v15i1.542

Resumen

A cotonicultura brasileira está espacialmente concentrada no estado de Mato Grosso desde a safra de 1999. A estrutura produtiva atual é dominada por grandes empreendimentos capitalistas. Contudo, entre as décadas de 1930 e 1980 a cotonicultura no atual Mato Grosso representava menos de 1% da produção nacional e era desenvolvida pelo campesinato em áreas inferiores a 30 hectares. A produtividade da terra e do trabalho estavam abaixo da média nacional e mundial neste ramo produtivo. Investimentos públicos realizados no início da década de 1980 elevaram substancialmente a produtividade da terra e do trabalho na cotonicultura camponesa, com relevantes impactos na geração de renda e na inclusão social. Contudo, o projeto não recebeu continuidade e as políticas públicas passaram a favorecer o grande capital agrário no início da década de 1990, ajustadas com a corrente neoliberal que se implantou no Brasil. O modelo atual de produção privilegia a concentração produtiva em áreas acima de 2.800 hectares, negligenciando milhares de famílias camponesas que poderiam fornecer pluma de alta qualidade aos mercados nacional e internacional e gerar desenvolvimento regional. Perdeu-se uma importante oportunidade de tecer o tecido do desenvolvimento de forma mais equitativa.

Biografía del autor/a

Alexandre Magno de Melo FARIA, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Economista, Doutor em Desenvolvimento Socioambiental (NAEA/UFPA). Professor Adjunto II da Faculdade de Economia da UFMT.

Publicado

2012-08-30

Número

Sección

Artigos