Nosso objetivo principal neste artigo é o de analisar a implementação das tecnologias de cisternas de placas na região semiárida da Paraíba, com foco no Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), discutindo em que medida o mesmo contribuiu para a sustentabilidade hídrica para as comunidades rurais atingidas. Nosso objeto empírico foi o município de Catolé do Rocha-PB, sendo feita entrevistas com beneficiários e coordenadores do programa analisado. Com base no observado, as principais conclusões são as a seguintes: a) a proposta de implantação das cisternas pela ASA implica um alto custo econômico para os ‘beneficiários’; b) o programa produz e reproduz as relações do clientelismo político, as quais são (re)significadas; c) o P1MC representa uma estratégia ineficiente no que tange à melhoria do acesso e uso à água na região estudada, sendo a substituição da indústria do carro-pipa por uma política de cunho universalista ainda é algo distante de ser materializado; e, por fim, d) o P1MC contribui para reforçar a ideologia da naturalização da ‘escassez’ de água na região Nordeste, sendo seu custo social invisível aos beneficiários do programa.
Biografia do Autor
Jairo Bezerra Silva, Universidade Estadual da Paraiba
Professor do Departamento de Letras e Humanidades da Universidade Estadual da Paraíba, Campus IV-Catolé do Rocha-PB
Lemuel Dourado Guerra, UFCG
Professor do Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais. Unidade Acadêmica de sociologia e Antropologia.
Antonio Augusto Ioris, Edinburgh University (United Kingdom)
, Professor na Edinburgh University (United Kingdom)
Ramonildes Alves Gomes, UFCG
Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais Unidade Acadêmica de sociologia e Antropologia