As conferências ambientais da ONU e o prêmio Nobel da Paz: ganhos intangíveis em declínio?

Auteurs-es

  • Jefferson Wagner e Silva Galvão Universidade de Brasília/Universidade Federal do Pará http://orcid.org/0000-0002-8450-2336
  • Carlos Eduardo de Souza Siqueira Universidade de Brasília/Universidade Federal do Pará
  • Ana Flávia Barros-Platiau Universidade de Brasília

DOI :

https://doi.org/10.5801/ncn.v13i3.5429

Mots-clés :

Clima, Rio 20, Ganhos tangíveis e intangíveis, espaço público internacional

Résumé

 O objetivo do estudo é descortinar as possibilidades de ganhos intangíveis decorrentes das Conferências Ambientais da ONU. O Prêmio Nobel da Paz de 2017, atribuído a uma ONG que militou pela proibição total das armas nucleares demonstra o quanto as sociedades se organizam pela paz. Em 2007, Al Gore Jr. e o IPCC (Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas) já haviam dividido esse prêmio por seus esforços para desenvolver e disseminar maior conhecimento sobre mudanças climáticas. Entretanto, a Rio+20 foi considerada como um fracasso anunciado. Mas, não haveria ganhos intangíveis a considerar após décadas de debates sob a égide da ONU para a construção de consenso sobre a governança global ambiental? Foi realizada uma avaliação qualitativa dessas conferências e de artigos científicos. Os resultados apontam ganhos intangíveis dentro e fora do sistema onusiano. Concluímos que essas conferências geram ganho social global a partir da participação que proporcionam. Neste sentido, as conferências foram muito exitosas

Bibliographies de l'auteur-e

Jefferson Wagner e Silva Galvão, Universidade de Brasília/Universidade Federal do Pará

Possui graduação em Publicidade pela Universidade Federal do Pará (2005). É mestre em Planejamento do Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido-PLADES/NAEA-UFPA e doutorando em Relações Internacionais pela UnB. Foi Coordenador Administrativo do Hospital Universitário João de Barros Barreto, Diretor da Gráfica Universitária e Ouvidor Geral da Universidade Federal do Pará-Ufpa, Pró-reitor de administração da Universidade Federal do Oeste do Pará-Ufopa e membro do Grupo de Gestão Estratégica do Pacto pela Educação do Para, do Governo do Estado do Pará. Presidiu a Comissão Permanente de Racionalização dos Gastos Públicos da UFPA. Atualmente é Ouvidor Geral da UFPA

Carlos Eduardo de Souza Siqueira, Universidade de Brasília/Universidade Federal do Pará

Mestre em Ciência Política (UFPA). Doutorando em Relações Internacionais (UnB/UFPA). Professor da Faculdade Integrada Brasil Amazônia (FIBRA). Coordenador da Ong Argonautas Ambientalistas da Amazônia. Membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente/CONAMA.

Ana Flávia Barros-Platiau, Universidade de Brasília

Professora da Universidade de Brasília no Instituto de Relações Internacionais. Coordenadora da Pós-graduação. Fez pós-doutorado no CERIC (Centre dEtudes et de Recherches Internationales et Communautaires ) da Universidade Aix Marseille (França) no âmbito do Edital Mar II da CAPES, Projeto "A estratégia brasileira para a gestão sustentável dos recursos vivos e não vivos marinhos", com bolsa da CAPES (Programas Estratégicos - DRI). Doutora em Relações internacionais/Direito internacional - Université de Paris I (Panthéon-Sorbonne), 2000. Foi Chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais da UnB de 2008 a 2014. Áreas de atuação: complexo de regimes relativo ao clima e oceanos; governança global dos oceanos; BRICS; e política externa brasileira . Outros projetos internacionais: Projeto CAPES COFECUB sobre recursos marinhos minerais.

Références

ABDALLA, Y. Mas afinal, o que é Socialcast? 2012. Disponível em:

https://erasocialcast.wordpress.com/2011/09/23/mas-afinal-o-que-e-socialcast/. Acesso em: 30 jun. 2017.

ALFAIA JÚNIOR, J. R. "Reclamar ou intervir? As obrigações positivas do Estado em situações de desastre ambiental. xv, 309 f., il. Tese (Doutorado em Relações Internacionais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

BARROS-PLATIAU, A. F. ; MALJEAN-DUBOIS, S. "La gouvernance globale de la biodiversité en haute mer. Enjeux juridiques de fragmentation et défragmentation" (2017). In: Daniel Compagnon and Estinne Rodary. Politiques de la biodiversité. Presse de Sciences Po de Paris.

BOULET, R.; BARROS-PLATIAU, A. F.; MAZZEGA, P. 35 years of Multilateral Environmental Agreements ratifications: a network analysis. Workshop Network Analysis in Law. Artificial Intelligence and Law, June 2016, Volume 24, Issue 2, pp 133-148. DOI 10.1007/s10506-016-9180-7.

BRASIL. Relatório Especial (A Rio +10 e os governos locais). Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2002. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/documentos-epesquisa/

publicaoes/estnottec/arquivos-pdf/pdf/pdf/209342.pdf Acesso em: 15 jun. 2017.

________. O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do consumo sustentável.

Disponível em:

executivo_pesquisabrasileiro_principais resultados_2012.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2017.

CASTELLS, M. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2013

COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991.

COMISSÃO SOBRE GOVERNANÇA GLOBAL. Nossa Comunidade Global. Rio de Janeiro, Editora: Fundação Getúlio Vargas, 1996.

COSTA, S. A democracia e a dinâmica da esfera pública. Lua Nova [online]. 1995, n.36, pp.55-65. ISSN 0102-6445.

ELY, L. C. O discurso da sustentabilidade nas redes sociais: uma análise das interações no facebook durante a Rio+20. 2013. 125 p. Diss. (Mestrado) – Faculdade de Comunicação Social, PUCRS. Porto Alegre, 2013.

ESTEVA, G. Development. In The Development Dictionary a guide to knowledge as power edited by Wolfgang Sachs, 2010.

FORUM BRASILEIRO DE ONGS E MOVIMENTOS SOCIAIS PARA O MEIO AMBIENTE. Brasil século XXI: os caminhos da sustentabilidade cinco anos depois da Rio- 92. Jean Pierre Leroy, Katia Drager Maia, Roberto Pereira Guimarães, (orgs). Rio de Janeiro, FASE, 1997.

FRANCO, A. Pobreza e Desenvolvimento Local. Brasília: AED, 2002.

GALVÃO, J. W. S.; NASCIMENTO, D. M. A agenda ambiental nos planos de governo dos candidatos a prefeito das capitais da Amazônia legal nas eleições de 2012. In: Estado, sistemas produtivos e populações tradicionais / BAHIA, M. C.; NASCIMENTO, D. M. (Orgs). Belém: NAEA, 2014.

GIDDENS, A.; SUTTON, P. W. Conceitos essenciais de sociologia. 1a. edição. São Paulo: Editora Unesp. 2016

GREEN, J. F. Rethinking Private Authority: Agents and Entrepreneurs in Global Environmental Governance. Princeton University Press. (2014)

GUIMARÃES, R. P.; FONTOURA, Y. S. R. Rio+20 ou Rio-20?: crônica de um fracasso anunciado. Ambient. soc. [online]. 2012, vol.15, n.3, pp.19-39. ISSN 1809-4422. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-753X2012000300003.

HAAS, P. M. Epistemic communities, constructivism, and international environmental politics. Routledge. (2015)

HELD, D.; MCGREW, A; GOLDBLATT, D; PERRATON, J. Transformaciones Globales: política, economia y cultura. México: Oxford University Press, 2002.

HURRELL, A.; KINGSBURY, B. (ed.): The International Politics of the Environment. Oxford, Clarendon Press, 1992.

JANG, J.; MCSPARREN, J.; RASHCHUPKINA, Y. (2016) "Global Governance: Present and Future". Palgrave Communications 2, Article number: 15045. doi:10.1057/palcomms.2015.45

KALDOR, M. The idea of global civil society. International Affairs. maio de 2003;79(3):583–93.

KAVALSKI, E. “Complexifying IR: Disturbing the “Deep Newtonian Slumber”. In: Emilian Kavalski (ed.), World Politics at the Edge of Chaos: Reflections on Complexity and Global Life, Nova Iorque: State University of New York Press, 2016, p. 253-75.

KEOHANE, R.; NYE, J.. S. Power and interdependence: world politics in transition. 3. ed. New York: Longman, 1977.

KRASNER, S. (2012), “Causas Estruturais e Consequências dos Regimes Internacionais: regimes como variáveis intervenientes”. Rev. Sociologia Política, v. 20, n.(42): p. 93-110.

LAGO, A. C. (2006) Estocolmo, Rio, Joanesburgo o Brasil e as três conferências ambientais das Nações Unidas. Brasília, FUNAG.

LAMPREIA, L. F. A Rio + 20 foi um fracasso? Disponível em:

http://blogs.oglobo.globo.com/lampreia/post/a-rio-20-foi-um-fracasso-452290.html. Acesso em: 20 jun. 2017.

LE PRESTRE, P. Ecopolítica Internacional. SENAC, São Paulo, 2000.

________. Global Politics Revisited. Towards a Complex Governance of Global Environmental Problems. Routledge, 2017.

LIPOVETSKY, G. ; SERROY, J. A cultura-mundo, respostas a uma sociedade desorientada. São Paulo: Companhia das Letras, 2011

LORENZETTI, M. A Rio+10 e os Governos Locais. Relatório Especial. Câmara dos Deputados, 2002.

LUHMANN, N. The reality of the mass media. Stanford, CA: Stanford University Press, 2000.

MARQUES, F. P. J. A. Debates políticos na internet: a perspectiva da conversação civil. OPINIÃO PÚBLICA, Campinas, vol. 12, nº 1, Abril/Maio, 2006, p. 164-187

MATURANA, H.R.; VARELA GARCIA, F. J. De máquinas e seres vivos: autopoiese; a organização do vivo. Porto Alegre: Artes Medicas; 1997.

NOSSO FUTURO COMUM/COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Rio de Janeiro, Editora: Fundação Getúlio Vargas, 1991.

NYE, J. S. Cooperação e conflito nas relações internacionais: uma leitura essencial para entender as principais questões da política mundial. São Paulo: Gente; 2009.

OLIVEIRA, P. R. N.; REIS, P. C. AS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DA MARCA RIO EM EVENTOS DE ALTA VISIBILIDADE: O CASO DA RIO+20. Revista ORGANICOM. v 10, N. 19, p. 231-248, 2o. SEM. 2013.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS [ONU]. Declaração de Estocolmo. 1972. Disponível em:<http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/estocolmo1972.pdf>. Acesso em: 10jul. 2017.

________.Eco-92. Rio de Janeiro, 1992. Disponível em:

<http://www.un.org/geninfo/bp/enviro.html>. Acesso em: 09 jul. 2017.

________. Declaração de Joanesburgo sobre Desenvolvimento Sustentável. Joanesburgo. 2002. Disponível em:

<http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/07/unced2002.pdf>. Acesso em: 09 jul. 2017.

________. A/RES/64/236.2010. Disponível em <http://hotsite.mma.gov.br/rio20/wpcontent/

uploads/Resolu%C3%A7%C3%A3o-64-236-da-Assembl%C3%A9ia-Geral-da-ONUtraduzida.pdf> Acesso em: 12jul. 2017.

________. O futuro que queremos. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em:

http://riomais20sc.ufsc.br/files/2012/07/CNUDS-vers%C3%A3o-portugu%C3%AAs-COMIT%C3%8A-Pronto1.pdf. Acesso em: 12jul. 2017.

________. Além da Rio+20: Avançando rumo a um futuro sustentável. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: http://www.onu.org.br/rio20/alem-da-rio20-avancando-rumo-aum-futuro-sustentavel/. Acesso em: 12jul. 2017.

________. Rio +20 - Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20.html. Acesso em: 15 jun. 2017.

ORSINI, A.; MORIN, J. F. ; YOUNG, O."Regime complexes: A buzz, a boom, or a boost for global governance?" Global Governance, 2014, 19, 1 27-39.

OXFORD UNIVERSITY PRESS. Aplicativo Dictionnary da Apple. 2017

ROSENAU, J.; CZEMPIEL, E. O. Governança sem Governo. Ordem e Transformação na Política Mundial, Ed UnB, 2000.

RUGGIE, J. Multilateralism: The anatomy of an institution. International Organization, 46(3), 561-598, 1982. doi:10.1017/S0020818300027831

SABBAGH, M. I. I.; REIS, C. Desenvolvimento sustentável na imprensa: Cobertura da Rio + 20 pelo Jornal de Santa Catarina. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Palhoça – SC. 2014.

SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

VEIGA, E. Para entender o desenvolvimento sustentável. São Paulo: Editora 34, 2015.

VIOLA, E.; FRANCHINI, M. Os limiares planetários, a Rio+20 e o papel do Brasil. Cad. EBAPE.BR, v. 10, n. 3, artigo 1, Rio de Janeiro, Set. 2012. Disponível em:http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/5475. Acesso em:Acesso em: 10jul. 2017.

________. Brazil and Climate Change, Beyond the Amazon, Routledge, 2018.

Téléchargements

Publié-e

2018-12-14

Numéro

Rubrique

Artigos