Do Rio Madeira ao Rio Trombetas, novas evidências ecológicas e históricas da origem antrópica dos castanhais amazônicos.
DOI :
https://doi.org/10.5801/ncn.v14i2.549Résumé
Na região amazônica, as descobertas arqueológicas e estudos de ecologia histórica das últimas décadas mostram que a paisagem florestal teria sido modelada pelas sociedades pré-colombianas, ocupantes de boa parte do território e com alta capacidade de transformação da natureza. A árvore de castanheira, espécie útil de distribuição pan-amazônica seria um exemplo desta estreita relação entre o ser humano e a floresta amazônica desde tempos pretéritos, tanto assim que ela é considerada uma árvore indicadora de distúrbios passados. Reforçando esta teoria, apresentamos um estudo comparativo de populações de castanheira em duas regiões da Amazônia Brasileira distantes mais de 700 km (nas bacias do Rio Madeira e Rio Trombetas) e com distintos padrões históricos de ocupação humana. Desta forma, este trabalho confirma a hipótese da origem antrópica dos castanhais (florestas com alta densidade de castanheira) e obriga a revisar o conceito de floresta primária e o mito da natureza intocada no bioma amazônico, expressões ainda hoje dominantes no discurso de alguns setores preservacionistas.Téléchargements
Publié-e
2016-04-11
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Rubrique
Artigos