Do Rio Madeira ao Rio Trombetas, novas evidências ecológicas e históricas da origem antrópica dos castanhais amazônicos.

Auteurs-es

  • Ricardo Scoles UFOPA

DOI :

https://doi.org/10.5801/ncn.v14i2.549

Résumé

Na região amazônica, as descobertas arqueológicas e estudos de ecologia histórica das últimas décadas mostram que a paisagem florestal teria sido modelada pelas sociedades pré-colombianas, ocupantes de boa parte do território e com alta capacidade de transformação da natureza. A árvore de castanheira, espécie útil de distribuição pan-amazônica seria um exemplo desta estreita relação entre o ser humano e a floresta amazônica desde tempos pretéritos, tanto assim que ela é considerada uma árvore indicadora de distúrbios passados. Reforçando esta teoria, apresentamos um estudo comparativo de populações de castanheira em duas regiões da Amazônia Brasileira distantes mais de 700 km (nas bacias do Rio Madeira e Rio Trombetas) e com distintos padrões históricos de ocupação humana. Desta forma, este trabalho confirma a hipótese da origem antrópica dos castanhais (florestas com alta densidade de castanheira) e obriga a revisar o conceito de floresta primária e o mito da natureza intocada no bioma amazônico, expressões ainda hoje dominantes no discurso de alguns setores preservacionistas. 

Biographie de l'auteur-e

Ricardo Scoles, UFOPA

 Doutor em Ecologia e Professor de Magistério Superior Federal pela Universidade Federal do Oeste do Pará, vinculado ao Centro de Formação Interdisciplinar. Possui Graduação em Ciências Biológicas, pela Universidade de Barcelona (1993), Mestrado em Planejamento do Desenvolvimento (2005) pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará e Doutorado em Biologia-Ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (2010). Tem experiência interdisciplinar, com ênfase em ecologia humana, atuando principalmente nos seguintes temas: biodiversidade, planejamento do desenvolvimento, ecologia florestal, ecologia histórica, educação ambiental e comunidades negras rurais. Pesquisador do Grupo de Pesquisa em Ecologia e Genética de Populações de Árvores Tropicais, liderado pelo Dr. Rogério Gribel (INPA). Coordenador do projeto de pesquisa ";;Etnoecologia da castanheira na região do Rio Trombetas (Oriximiná). Desde 2002 mora na Região Norte do Brasil. 

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Publié-e

2016-04-11

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Rubrique

Artigos