Memória do excesso: vivência do deslocamento compulsório pela Hidrelétrica de Tucuruí

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.5801/ncn.v22i2.6215

Mots-clés :

Memória. Deslocamento Compulsório. Hidrelétrica de Tucuruí. Temporalidades.

Résumé

Neste artigo descrevemos as narrativas mnemônicas sobre o deslocamento compulsório sofrido por pessoas atingidas pela implantação da Usina Hidrelétrica de Tucuruí no Rio Tocantins (Pará). Nosso objetivo é compreender os sentidos atribuídos às temporalidades localmente denominadas Breu Velho e Novo Breu por meio de metodologia etnográfica com execução de observação participante e entrevistas semiestruturadas e conversas informais com pessoas que viveram o deslocamento compulsório. Funcionando como referente da ausência da forma de vida nos lugares inundados pelo enchimento do lago artificial da usina, Breu Velho denomina a reapresentação de uma demanda por habitar que o Novo Breu não consagra devido ao excesso do evento, que rompeu as expectativas e inabilitou as dinâmicas sociais que conferiam segurança ao ambiente pela conformação de ser-no-mundo negligenciado pela inversão que a ontologia ocidental faz da pessoa.

Bibliographies de l'auteur-e

Jorge Augusto Santos das Mercês, NAEA-UFPA

Graduado em Ciências Sociais com ênfase em Antropologia; mestre em Ciências Sociais com ênfase em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) da Universidade Federal do Pará (UFPA) e doutorando em Ciências Socioambientais pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (PPGDSTU) no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da UFPA. Dedica-se aos estudos de memória na Amazônia. Endereço: Av. João Paulo II; 1569, casa D. CEP: 66095-494; entre Lomas e Angustura.

Fábio Fonseca de Castro, NAEA-UFPA

Professor associado da Universidade Federal do Pará. Pesquisador no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (PPGDSTU), do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea, UFPA). Pós-doutor em Etnometodologia pela Universidade de Montreal (2014). Doutor em Sociologia pela Universidade da Sorbonne (Paris V Descartes) (2004). Mestre em Antropologia e Estudo das Sociedades Latino-Americanas pela Universidade de Sorbonne-Nouvelle) (2000). Coordena o Grupo de Pesquisa Socialidades, Intersubjetividades e Sensibilidades Amazônicas (SISA) no CNPq. Endereço: Rua João Balbi 138 ap 1001; Reduto Belém-PA - 66.055280

Voyner Ravena Cañete, Instituto de Ciências Biológicas - UFPA

Professora Associada I da Universidade Federal do Pará (UFPA/Brasil), vinculada ao Instituto de Ciências Biológicas e atuando nos Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aquática e Pesca (PPGEAP/UFPA), no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA/UFPA) e no Programa de Pós-Graduação em Rede Nacional para o Ensino das Ciências Ambientais (PROFCIAMB/UFPA). Possui Graduação em Bacharelado em História (1991), Mestrado em Antropologia Social (2000) e Doutorado em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (2005) pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Desenvolve projetos de pesquisa e extensão universitária voltados especialmente às questões ambientais relativas às populações tradicionais em cenários rurais amazônicos, assim como em áreas periurbanas em uma perspectiva interdisciplinar envolvendo meio ambiente, saúde e modo de vida.Endereço: Av. Governador Hélio Gueiros, 300, condomínio Cypress Garden, casa 42. Ananindeua-PA. CEP: 66120-950.

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2019-09-19

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