A partir de pesquisa de campo na região de Altamira (PA), este artigo analisa a perspectiva dos grupos sociais mais atingidos pelo projeto da Usina Hidrelétrica de Belo Monte – as comunidades indígenas e ribeirinhas da região - buscando entender os sentidos que estes grupos atribuem aos impactos potenciais da obras e do funcionamento da Usina em seu modo de vida. Através de entrevistas com representantes dos grupos indígenas e ribeirinhos da região de Altamira (Juruna e Xipaya) e das redações de crianças da zona ribeirinha, a presente investigação - realizada em agosto e novembro de 2009 – buscou atentar para os critérios, lógicas e racionalidades próprias a esses grupos sociais em seu exercício de produção de uma contra-expertise nativa em oposição ao saber técnico associado ao chamado “empreendedor”, produzido por consultores contratados e pelo Estado.
Biografia do Autor
Cecilia Campello do Amaral Mello, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Doutora em Antropologia Social pelo PPGAS/Museu Nacional/UFRJ e Professora Adjunta doInstituto de Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ)