A partir da primeira década do século XX novas hidrelétricas têm sido propostas para a Amazônia Legal. Os exemplos das hidrelétricas de Balbina, Tucuruí e Samuel deixaram muito a desejar no que diz respeito à participação e à inclusão da população atingida. A Hidrelétrica de Jirau é divulgada pelos seus proponentes como experiência díspar das anteriores no bioma amazônico sendo propagada e impulsionada pela ideologia do desenvolvimento sustentável. Neste trabalho, objetiva-se perceber a forma como os pescadores artesanais da região rondoniense da Ponta do Abunã estão inseridos no “mundo” de Jirau. Por meio de entrevistas e trabalhos de campo marcados por observação direta e participante, o presente trabalho possibilitou perceber que apesar das exigências da nova legislação ambiental brasileira, as novas hidrelétricas propostas para a Amazônia Legal ainda são marcadas pela insuficiência de estudos ambientais, exclusão de considerável parcela da população atingida e graves efeitos sociais, semelhantes àqueles do período ditatorial.