AGRONEGÓCIO E AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL: DESAFIOS PARA A TRANSFORMAÇÃO DEMOCRÁTICA DO MEIO RURAL

Autores

  • Nelson Giordano Delgado Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ)

DOI:

https://doi.org/10.5801/ncn.v15i1.868

Resumo

O objetivo deste artigo é fazer uma revisão da evolução das relações entre a agricultura e a economia no Brasil desde a década de 1980 com interesse de enfatizar o que consideramos obstáculos e oportunidades surgidos desde então para a transformação democrática do meio rural. O artigo mostra a política macroeconômica dos anos 1980 como condicionante do desenvolvimento agrícola e rural, impondo ajustamento externo à economia e à sociedade brasileiras, levando a agricultura a ser constrangida a produzir consideráveis superávits em sua balança comercial, visando garantir o ajustamento da balança de pagamentos do país. A hipótese é que no meio rural, o projeto neoliberal tem sido representado pelo chamado agronegócio, considerado como um bloco de poder, fortalecido desde aquele ajuste externo. Porém argumenta que os principais protagonistas do projeto democratizante no meio rural foram os sem-terra, assentados e agricultores familiares, nas lutas da década de 1990, com propostas alternativas de desenvolvimento rural baseadas na reforma agrária e no fortalecimento da agricultura familiar. A atuação desses atores sociais acabou conformando o reconhecimento público da presença de “duas agriculturas” que se autodefinem como tal: a do agronegócio e a da agricultura familiar.

Biografia do Autor

Nelson Giordano Delgado, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ)

Professor Associado II do Curso de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ), Brasil.

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Publicado

2012-08-30

Edição

Seção

Artigos