A TESHUVÁ EM CABELOS DE FOGO DE MARCOS SERRUYA: O SHADAI HERDADO E O RETORNO À CULTURA JUDAICA NA AMAZÔNIA PARAENSE

Autores/as

  • Alessandra F. Conde Da Silva
  • Silvia Helena Benchimol Barros

DOI:

https://doi.org/10.18542/nra.v5i1.6377

Resumen

O romance mostra a saga de Ana Júlia, judia polonesa, roubada em sua ingenuidade e forçada à prostituição na Amazônia. Ionathan busca na história da bisavó Ana, um documento que a ligasse à cultura judaica na esperança de se provar judeu. A prostituição a mantem distante da comunidade judaica sefardita, mas o bisneto, convicto de sua herança, com os relatos maternos e o Shadai herdado, procura sua teshuvá, e da bisavó, como por expiação. Acham-se ecos do apagamento e do hibridismo cultural vividos pelos judeus na Amazônia desde as primeiras imigrações. Fugidos da perseguição etno-religiosa na Península Ibérica do século XV, muitos erradicaram-se no Marrocos, imigrando para o Brasil. A memória de um passado lusitano ganhou fôlego e ardor fomentados pelo imaginário judeu sefardita. A pertença ao judaísmo buscada por Ionathan reflete o que tantos antepassados procuram preservar. São a esses ecos da judeidade na Amazônia, quer como preservação, quer como retorno cultural que este artigo busca dar conta, a partir da história de Ana e da trajetória de perquirições de Ionathan. Para tal fim, contamos com os apontamentos teórico-históricos de Reginaldo Jonas Heller, Henrique Veltman, Samuel Benchimol, Moacyr Scliar, Paul Johnson entre outros.