A Anemia Falciforme (AF) é uma doença crônica, hereditária, que tem elevada prevalência na população afrodescendente brasileira. Na Amazônia, ainda há poucos estudos sobre a realidade vivenciada pelos indivíduos por ela afetados. O agravo é entendido como um fenômeno biocultural por envolver aspectos evolutivos, genéticos, ambientais, socioeconômicos e culturais que influenciam a vivência cotidiana dos indivíduos. Esta pesquisa, de cunho qualitativo, etnográfico, foi realizada com uma amostra de 40 pessoas HB*SS – ou seus responsáveis, quando crianças – moradoras de diversos municípios do Estado do Pará, representando cerca de 10% das pessoas em tratamento no centro de referência em doenças hematológicas do Estado. Analisa-se a situação de vulnerabilidade social dos sujeitos, suas percepções de Saúde e Doença, os tratamentos complementares (folk medicine) utilizados, seu conhecimento sobre diagnóstico, estigmas e preconceitos sofridos, representações e experiências de vida, e suas dificuldades de acesso e acessibilidade aos serviços de saúde (SUS) na perspectiva de compreender a experiência de viver com AF. Palavras-Chave: Anemia Falciforme, vulnerabilidade social, Amazônia