Este artigo aborda o processo de transformação dos sentidos da esperança, ocorrido a partir da secularização da sociedade ocidental moderna. Com a perda da transcendência e a ênfase na fisicalidade e no hedonismo, a categoria esperança torna-se objeto de medicalização, adquirindo novos significados. O texto explicita como o aparato biomédico passou a lidar com a produção de esperanças em relação à saúde e a construção de uma “morte com dignidade”, após a segunda metade do século XX. A análise é empreendida com base em levantamento bibliográfico sobre a temática. Os debates em torno das esperanças “legítimas” – ou não – se centram, sobretudo, no destaque concedido ao direito de autonomia individual, o que denota a preeminência de valores morais vigentes em cada contexto examinado. Palavras-chave: Vida e morte, esperança, medicalização.
Biografia do Autor
Rachel Aisengart Menezes, Universidade Federal do Rio do Janeiro
Médica e antropóloga, Doutora em SaúdeColetiva, Professora Adjunta do Institutode Estudos em Saúde Coletiva da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro (UFRJ).