Este artigo tem como objetivo oferecer uma possibilidade explanatória na interpretação de adornos arqueologicamente contextualizados através do conceito de corporalidade ameríndia e noções de pessoa. Neste intuito trago como estudo de caso o sítio Curiaú Mirim I, datado por volta do século X ao XVII AD. Esse sítio contém evidências de áreas de sepultamentos humanos e feições e estruturas possivelmente domésticas. Através da observação de adornos encontrados em contextos funerários das Guianas e foz do rio Amazonas procurou-se, inspirado nas ideias da corporalidade ameríndia da etnologia amazônica, propor interpretações que dessem conta de significados como a construção de sociabilidades e identidades em vida e na morte até a corporalidade pós-morte vistas numa história indígena de longa duração