Crise ecológica: as contradições entre sustentabilidade e acumulação do capital

Autores/as

  • Jayne Isabel da Cunha Guimarães Chiacchi UFPA/PPGE
  • Sérgio Luiz de Medeiros Rivero PPGE/UFPA

DOI:

https://doi.org/10.18542/cepec.v7i1-6.7070

Palabras clave:

crise ecológica, capitalismo, Marx.

Resumen

Segundo alguns autores, o aumento da temperatura da Terra aliado à poluição das águas, à contaminação dos solos e à diminuição da biodiversidade são sinais de uma crise ecológica global (LIPIETZ, 1997; COSTA, 2000; ALTVATER, 1995). A discussão moderna sobre o assunto surgiu na década de 60, com a publicação do livro Primavera Silenciosa de Rachel Carson, que mostrava a contaminação de DDT no ambiente. A questão tomou âmbitos mais amplos (político e acadêmico) após o relatório sobre Os Limites do Crescimentodo Clube de Roma, em 1972. Desde então, cientistas e políticos têm buscado meios para superar esta crise. No entanto, compatibilizar crescimento, ganhos ambientais e inclusão social tem sido um verdadeiro desafio (COSTA, 2014). Neste sentido, este trabalho busca responder a seguinte pergunta: é possível compatibilizar natureza e acumulação de capital? A resposta a esta questão foi construída baseada no encadeamento de Marx. Para tanto, fora analisada a relação homem e natureza n’O Capital e em obras de autores neomarxistas. Os trabalhos analisados mostram que o capitalismo é em sua essência um destruidor da natureza. Assim, conciliar sustentabilidade e acumulação do capital é impossível. Neste sentido, autores neomarxistas afirmam que a solução estaria fora do sistema capitalista. Entretanto, as saídas propostas não denotam claramente como esta transição se daria. 

Biografía del autor/a

Jayne Isabel da Cunha Guimarães Chiacchi, UFPA/PPGE

Discente do Doutorado do Programa de Pós-graduação em Economia (PPGE/UFPa).

Sérgio Luiz de Medeiros Rivero, PPGE/UFPA

Professor e pesquisador vinculado ao Programa de Pós-graduação em Economia (PPGE/UFPa).

Citas

ALTVATER, Elmar. O preço da riqueza: pilhagem ambiental e a nova desordem mundial. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1995.

ALTVATER, Elmar. O fim do capitalismo como o conhecemos: uma crítica radical do capitalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

CÁNEPA, Eugenio M. Economia da Poluição. In: MAY, Peter; LUSTOSA, Maria C.; VINHA, Valéria da (Org.). Economia do meio ambiente. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. p. 61-79.

COSTA, Francisco de A. Formação agropecuária na Amazônia: os desafios do desenvolvimento sustentável. Belém: NAEA, 2000.

COSTA, Francisco de A. Dinâmicas produtivas e inovativas: perspectivas para o desenvolvimento sustentável da região norte. In: SIFFERT, Nelson; CARDOSO, Marcus; MAGALHÃES, Walsey de A.; LASTRES, Helena M. M (Org). Um olhar territorial para o desenvolvimento: Amazônia. Rio de Janeiro: BNDES, 2014.

DUARTE, Rodrigo. Marx e a natureza em o Capital. 2 ed. São Paulo: Edições Loyola, 1995.

FOSTER, John. A ecologia de Marx: materialismo e natureza. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

HARDIN, Garret. The Tragedy of the Commons. Science, v. 162, n. 3859, p. 1243-1248, dez. 1968.

HARVEY, David. Para entender o capital. São Paulo: Boitempo, 2013.

KAMENKA, Eugene. Marxism and ethics. Londres e Basingstoke: Palgrave Macmillan, 1979.

LIPIETZ, Alain. Cercando os bens comuns globais: negociações sobre o meio ambiente global em uma abordagem do conflito norte/sul. In: CASTRO, Edna; PINTON, Florence. Faces do trópico úmido: conceitos e novas questões sobre desenvolvimento e meio ambiente. Belém: CEJUP; UFPA; NAEA, 1997.

MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Livro I: o processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo, 2013.

THE INTERGOVERNMENTAL ON PANEL OF CLIMATE CHANGE (IPCC). Climate Change 2014: synthesis report. Geneva, Switzerland: IPCC, 2014.

TRINDADE, José. Energia e meio ambiente: os limites da acumulação do capital. Conexões, Belém, v. 1, n. 1, p. 45-67, ago/dez. 2008

SOARES, Danielle; SILVA, Guilherme; TORREZAN, Raphael. Aplicação Ambiental do Teorema de Coase: O Caso do Mercado de Créditos de Carbono. Revisa Iniciativa Econômica, São Paulo, v. 2, n. 2, 2015.

Publicado

2019-05-23

Número

Sección

Artigos