DESAFIANDO A COLONIALIDADE. A ECOLOGIA DE JUSTIÇAS COMO INSTRUMENTO DA DESCOLONIZAÇÃO JURÍDICA

Auteurs-es

  • Sara Araújo

DOI :

https://doi.org/10.18542/hendu.v6i1.2460

Résumé

Este texto resulta de uma investigação, as sentena proposta das Epistemologias do Sul de Boaventura de Sousa Santos, que tem como objetivo contribuir para o debate sobre o alargamento do cânone do direito e da justiça e a construção de um pensamento jurídico pós-abissal. Partindo do conceito de ecologia de saberes, proponho a ideia de ecologia de justiças como instrumento epistemológico para confrontara conceção moderna do direito e da justiça e as hierarquias impostas pelo cânone com a diversidade de direitos e de justiças que existem no mundo, contribuindo para o conhecimento e a valorização da diversidade que cabe no interior do conceito de pluralismo jurídico. Argumento que o Sul é heterogéneo, que a sociologia jurídica das ausências e das emergências requer instrumentos epistemológicos e metodológicos sensíveis aos contextos e que um pensamento jurídico pós-abissal deve estender-se para lá do que foi identificado como legalidade cosmopolita, incluindo espaços de reivindicação de direitos em que as lutas não se expressam nas categorias emancipatórias que conhecemos. Concluo o texto com a apresentação de uma cartografia das justiças comunitárias no centro da cidade de Maputo, com a qual pretendo ilustrar o percurso metodológico e os resultados da ecologia de justiças. Palavras-chave: Epistemologias do Sul, pensamento jurídico pós-abissal, ecologia de justiças, pluralismo jurídico, cartografias jurídicas.

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Publié-e

2015-11-13

Numéro

Rubrique

Artigos Científicos Originais