A cidade-floresta na pintura da memória: teias visuais e orais em Maria Necy Balieiro
DOI:
https://doi.org/10.18542/moara.v1i43.2636Resumo
A cidade de Breves, localizada no ocidente marajoara, banhada pelo rio Amazonas, no Pará, tornou-se ao longo de sua história, importante zona de interstícios culturais. Nesse circuito, diferentes artistas têm construído visualidades, sonoridades e oralidades sobre a vida urbana, pautadas em cosmologias, linguagens e estéticas locais em interações com outros códigos sociais como campo de possibilidades para se repensar e problematizar concepções clássicas, homogêneas e unilaterais de cidade na Amazônia. A pintora Maria Necy Pereira Balieiro, nascida nesse território, é uma das artistas que vem se nutrindo de convivências familiares e percepções pessoais para produzir pinturas que apreendem a interconexão cidade-floresta, cotidiano e memória em textos visuais e orais. Com base no método etnobiográfico, para tecer escrita compartilhada, e fundamentado no conceito de interculturalidade, para apreender o entrelaçamento de enunciados urbanos e rurais, o artigo procura reconstituir aspectos da trajetória de vida pessoal e profissional de Maria Necy, analisando escritas e pinturas de si, do outro e do nós, alinhavadas pelo fazer etnográfico que, pela arte das lembranças em telas, (re)constrói complexas dimensões e experiências interculturais sobre a cidade, seus moradores, suas práticas e a vida da própria artista que transforma as pinturas em textos visuais (auto)biográficos e produz outras narrativas do urbano na Amazônia Marajoara. PALAVRAS-CHAVE: Cidade-Floresta. Arte. Memória. Etnobiografia. Interculturalidade.Downloads
Publicado
2016-03-21
Edição
Seção
Dossiê A literatura luso-brasileira no contexto global: atravessando fronteiras