Classificação nominal em línguas Tupi

Autores

  • Luciana STORTO USP
  • Jéssica Clementino da COSTA USP

DOI:

https://doi.org/10.18542/moara.v2i43.4026

Resumo

No presente trabalho, abordamos a classificação nominal em cinco línguas da família Tupi: Mekéns (ramo Tupari); Karitiana (ramo Arikém); Gavião (ramo Mondé); Karo (ramo Ramarama) e Munduruku (ramo Munduruku). Karo apresenta um sistema com 11 classificadores. Munduruku, de acordo com Gomes (2006, 2009), apresenta um sistema complexo de nomes inalienáveis classificadores de outros nomes, os quais se combinam também com adjetivos, verbos, numerais, entre outras categorias. Tendo em vista a complexidade desse sistema, analisamos esses nomes como classificadores que concordam com adjetivos, nomes e numerais, à semelhança do que ocorre com Karo entre nomes e adjetivos. Mekéns, Gavião e Karitiana não possuem classificadores e sim nomes (alienáveis e inalienáveis) que possuem uma semântica ligada à dos classificadores, já que eles estão presentes em contexto de possessão e funcionam como modificadores de outros nomes. Utilizando-nos do método comparativo, identificamos cognatos entre os classificadores do Karo e do Munduruku e os nomes do Mekéns, Gavião e Karitiana. Quatro dessas formas foram reconstruidas como nomes por Rodrigues (2005, 2007), Rodrigues e Cabral (2012), e uma quinta forma foi reconstruída por nós. Os resultados da reconstrução das formas nominais em Proto-Tupi nos fizeram concluir que Karo e Munduruku inovaram ao criarem um sistema de classificadores não presente na protolíngua. No entanto, é altamente plausível que estes nomes tenham tido, já na proto-língua, uma função classificadora.

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Publicado

2017-01-05

Edição

Seção

Dossiê A literatura luso-brasileira no contexto global: atravessando fronteiras