“Eu quero ver o Atlântico”: A ficção portuguesa “marginal” depois da revolução

Autores

  • Sandra Sousa University of Central Florida

DOI:

https://doi.org/10.18542/moara.v1i48.4279

Resumo

A História dá-nos heróis. A literatura dá-nos homens. Na História glorificada de Portugal, os heróis são homens superiores. Mas os homens também choram, e na literatura tais heróis são desmitificados: a grandeza é podre, a supremacia tem pés de barro. Na obra em análise neste trabalho, Morreremos Amanhã de Carlos Tomé, atende-se à desmitificação do herói de guerra ou, por outro lado, à recuperação daqueles que foram os verdadeiros heróis de que a História oficial não dá conta. Curiosamente, o mito da hegemonia masculina é desconstruído tanto por um narrador anti-heróico, como por uma mulher que é capaz de dar ao narrador uma nova esperança. Carlos Tomé, jornalista profissional, natural da ilha de São Miguel, participante na guerra colonial em Angola, equipara-se, com o seu romance Morreremos Amanhã (2007), em termos de pujança narrativa na óptica do mesmo tema a escritores mais renomados como é o caso de António Lobo Antunes ou João de Melo. No entanto, a sua obra tem ficado nas margens geográficas e literárias portuguesas.

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Publicado

2018-04-24

Edição

Seção

Dossiê A literatura luso-brasileira no contexto global: atravessando fronteiras