A metaficção em Haroldo Maranhão: dicção machadiana

Autores

  • Paulo Alberto da Silva Sales Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.18542/moara.v2i48.4327

Resumo

A metaficção não é uma prática ficcional exclusiva da contemporaneidade. Ela é uma estratégia da narrativa presente já em Dom Quixote, de Cervantes, publicado em 1605, justamente por essa narrativa criar autorreflexividade e destacar, na tessitura do romance, a mimese do processo. A recusa ao realismo formal, a autorreflexão e a presença do leitor na construção dos sentidos da narrativa foram vistas como marcas dos romances moderno e pós-moderno e, sobretudo, são perceptíveis em várias narrativas de escritores brasileiros do último quartel do século XX. O escritor paraense Haroldo Maranhão, por exemplo, possui um romance paradigmático que apresenta um teor autorreflexivo mais profundo do que de outros romancistas de seu tempo. Em seu romance Memorial do fim a morte de Machado de Assis, Maranhão retoma aspectos biográficos, trechos fictícios e elementos intertextuais de Machado de Assis e o próprio tom metaficcional das ficções machadianas que são problematizadas na narrativa publicada em 1991. Dessa forma, o romance de Maranhão ‘recria’ Machado de Assis na pós-modernidade brasileira.

Biografia do Autor

Paulo Alberto da Silva Sales, Universidade Federal de Goiás

Doutor em Letras - Estudos Literários - UFG.Pesquisador de Pós-doutorado em teorias e crítica da narrativa.Professor da graduação e da pós-graduação (mestrado) do Centro Universitário de Anápolis (UniEVANGÉLICA).Possui publicações relevantes em períodicos e em livros.Área de interesse: ficção moderna e pós-moderna; literatura e história; teoria da narrativa.

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Publicado

2018-04-24

Edição

Seção

Dossiê A literatura luso-brasileira no contexto global: atravessando fronteiras