A « família » dos surdos-mudos face à ideia do progresso no século XIX

Autores

  • Florence Encrevé Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.18542/moara.v1i51.7347

Resumo

Nascida em 1834, data do primeiro banquete em honra ao abade de l’Épée, a "família" dos surdos-mudos é obra de Ferdinand Berthier (1803-1886). Ao introduzir essa tradição de banquetes, Berthier consegue federar os surdos em torno da imagem do famoso pedagogo. Em 1838, fundou a Sociedade Central dos Surdos-Mudos de Paris, composta apenas por surdos, que servia como um grupo de pressão "representativo". Berthier e seus "irmãos" surdos reivindicavam, principalmente, acesso à igualdade por meio da língua de sinais em todas as áreas da sociedade. Até 1848, eles conseguiram que suas demandas fossem ouvidas, em parte porque os franceses ainda não estavam sensíveis à ideologia do progresso. Desde a revolução de 1848 até a década de 1870, houve um declínio gradual da influência da "família" dos surdos-mudos, em proporção ao crescente apoio à ideia de progresso e à sua interpretação "oralista", que triunfou em 1880 após do congresso de Milão.

Biografia do Autor

Florence Encrevé, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutora em história, Mestre de conferência em Ciências da Linguagem na Universidade Paris 8 e Orientadora adjunta da Estrutura Universitária de Ciências da Linguagem na Universidade Paris 8, França.

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Publicado

2019-08-02