Saberes e Práticas Tradicionais em Movimento: A comunidade do Maracanã na rota de um projeto global
DOI:
https://doi.org/10.5801/ncn.v21i1.5479Keywords:
comunidade do Maracanã, saberes e práticas tradicionais, modelos de natureza, expansão urbanaAbstract
A comunidade do Maracanã, localizada na zona rural de São Luís, MA, desde a última década, vem sofrendo um processo de asfixia, decorrente da expansão urbana da cidade, com a construção, no seu entorno, de conjuntos do Programa Minha Casa Minha Vida. Os processos de devastação e o adensamento populacional da área do Maracanã produziu uma nova ordem de problemas, que reconfigurou o espaço, trazendo consigo novos desafios aos “antigos moradores”. Assim, este artigo objetiva refletir sobre esses processos em curso, que implicam na reorganização das maneiras de viver da comunidade, coadunadas em saberes e práticas socialmente construídas. A metodologia utilizada se fundamentou em técnicas de observação direta e conversas com os moradores da comunidade, realizadas em distintos contextos. Os esforços em analisar as situações empiricamente observadas revelam o caráter preliminar da pesquisa.References
ACSELRAD, Henri. As práticas espaciais e o campo dos conflitos ambientais. In: Conflitos Ambientais no Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará: Fundação Heinrich Boll, 2004. pp.13-35.
ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. Terra de quilombo, terras indígenas, “babaçuais livre”, “castanhais do povo”, faxinais e fundos de pastos: terras tradicionalmente ocupadas. 2° ed. Manaus: PGSCA-UFAM, 2008.
ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de.; SHIRAISHI NETO, Joaquim; MARTINS, Cynthia Carvalho. Guerra Ecológica nos Babaçuais: O processo de devastação dos palmeirais, a elevação do preço de commodities e o aquecimento do mercado de terras na Amazônia. São Luís: Lithograf, 2005.
AMARAL FILHO, Jair. A Economia Política do Babaçu: um estudo da organização daextrato – indústria do babaçu no Maranhão e suas tendências. São Luís: SIOGE, 1990.
CORONIL, Fernando. Natureza do pós colonialismo: do eurocentrismo ao globocentrismo. In: LANDER, Edgard (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais perspectivas latino – americanas. Argentina: CLACSO, 2005. pp. 50-62.
ELIAS, Nobert. Os Estabelecidos e os Outsiders. Sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, 2000.
ESCOBAR, Arturo. La Invención del Tercer Mundo. Construción e descontrución del desarrollo. Caracas: Fundación Editorial el perro y la rana, 2007.
ESCOBAR, Arturo. O lugar da natureza e a natureza do lugar: globalização ou pós-desenvolvimento? In: LANDER, Edgard (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais perspectivas latino – americanas. Argentina: CLACSO, 2005. pp.63-79.
FLORIANI, Nicolas; CUNHA, Lúcia Helena de Oliveira; VEIGA, Andrea Mayer; GALDINO, José Roberto de Vasconcelos. A Floresta e a Territorialidade Faxinalense: espaço sagrado, espaço de lutas. In: BASSOLS, Narcisio Barrera; FLORIANI, Nicolas (orgs.). Saberes, paisagens e territórios rurais da América Latina. Curitiba: Ed. UFPR, 2016. pp.199-217.
LIMA, Rosirene Martins. O Rural no Urbano. Uma análise da produção do espaço urbano de Imperatriz- MA. Imperatriz: Ética editora, 2008.
LIMA, Rosirene Martins. Conflitos Socioambientais em Curitiba. São Luís: editora UEMA, 2008a.
LIMA, Rosirene Martins; SHIRAISHI NETO, Joaquim. Conflitos Socioambientais. O direito ambiental como instrumento de legitimação das ações de intervenção do poder público. Intervenção no Jardim Icaraí, Curitiba, PR. In: FLORIANI, Dimas; HEVIA, Antonio Elizarde (orgs.). América Latina: sociedade e meio ambiente: teorias, retóricas e conflitos em desenvolvimento. Curitiba: Ed. UFPR, 2016.
MBEMBE, Achille. Necropolitica. In: Necropolitica seguido de Sobre o Gobierno Privado Indirecto. Espanha: Melusina, 2006. pp.19-75.
MIGNOLO, Walter. Historias locales/ diseños globales. Colonialidad, conocimentos subalternos y pensamiento fronterizo. Espanha: Ediciones Akal , 2003.
OLIVEIRA, João Pacheco de. O Caboclo e o Brabo. Notas sobre duas modalidades de força de trabalho na expansão da fronteira Amazônica no século XIX. Encontros com a Civilização Brasileira, n. 11, pp. 101-140, 1979.
ROLNIK, Raquel. Guerra dos Lugares: a colonização da terra e da moradia na era das finanças. São Paulo: Boitempo, 2015.
SANTOS, Roberto. História Econômica da Amazônia (1800-1920). São Paulo: T. A. Queiroz, 1980.
SASSEN, Saskia. Expulsiones. Brutalidad y complejidad em la economia global. Buenos Aires: Katz editores, 2015.
SHIRAISHI NETO, Joaquim. 2° ed. Direito dos Povos e das Comunidades Tradicionais no Brasil: Declarações, Convenções e Dispositivos Jurídicos definidores de uma Política Nacional. Manaus: UEA Edições, 2010.
SHIRAISHI NETO, Joaquim. Quebradeiras de coco: “babaçu livre” e reservas extrativistas. Revista Veredas. Belo Horizonte, vol.14, n.28, pp. 147-166, janeiro/abril de 2017.
SHIRAISHI NETO, Joaquim; LIMA, Rosirene Martins; SERRA, Sergio Lopes. A Cidade em Disputa: São Luís sob a ordem do capital financeiro. [São Luís]: s. ed., 2018. 19p.
VAINER, Carlos. Cidade de Exceção: reflexões a partir do Rio de Janeiro. 2011. Disponível em
https://br.boell.org/sites/default/files/downloads/carlos_vainer_ippur_cidade_de_excecao_reflexoes_a_partir_do_rio_de_janeiro.pdf. Acesso em: 08 de agosto de 2017.
WACQUANT, Loic. Os condenados da cidade. Rio de Janeiro: Revan, 2001.