Este artigo tem por objetivo principal analisar a influência da sociologia rural francesa no debate acadêmico brasileiro referente à agricultura familiar. O eixo de análise consiste em demonstrar que os principais autores nacionais que influenciaram a discussão teórica sobre o tema apresentam uma forte filiação à sociologia rural francesa. Em termos específicos discute-se o aparato público adotado na França para promover o modelo de agricultura familiar de dimensões socioeconômicas com potencial de se integrar no processo de modernização da agricultura levado a cabo no pós-segunda guerra mundial. A tendência demonstrada pelas políticas públicas brasileiras de caráter produtivo de adotar uma orientação semelhante significa excluir dessas políticas a maior parte das unidades agrícolas familiares.
Biografia do Autor
Ademir Antonio Cazella, UFSC/PGA
Professor da Universidade Federal de Santa Catarina e coordenador do Programa de Pós-graduação em Agroecossistemas (UFSC/PGA)
Yannick Sencébé, Agrosup Dijon
Professora do Institut National Supérieur des Sciences Agronomiques, de l’Alimentation et de l’Environnement (Agrosup Dijon)
Jacques Rémy, INRA
Doutor em Sociologia, pesquisador aposentado do Institut National de Recherche Agronomique (INRA)