Este artigo insere-se na discussão sobre a crise de sucessão na agricultura familiar e objetiva analisar a potencialidade de uma prática de desenvolvimento rural – a produção agroecológica no município de Ipê (RS) – para gerar ocupações (emprego de mão de obra familiar e contratada) e manter jovens (rapazes e moças), a curto e a longo prazo, nas unidades familiares. Por meio de uma comparação entre famílias ecologistas e famílias não ecologistas, foi possível constatar que a inserção na rede de agricultores ecologistas e a decorrente prática da pluriatividade para-agrícola (em agroindústrias familiares que processam alimentos ecológicos) promoveram mudanças consideráveis nos indicadores analisados, entre os quais o número de jovens vivendo e trabalhando nas unidades produtivas, o futuro desejado pelos jovens e a perspectiva de sucessão hereditária das unidades familiares.
Author Biographies
Daniela Oliveira
Engenheira agrônoma, mestre em Desenvolvimento Rural e doutoranda do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS.
Sérgio Schneider
Sociólogo, mestre e doutor em Sociologia e professor dos Programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural e em Sociologia da UFRGS.