CORPOS PARA NÃO ESQUECER: O TESTEMUNHO E A CENA DA TORTURA

Autores

  • Elielson Figueiredo Universidade do Estado do Pará

DOI:

https://doi.org/10.18542/rmi.v9i13.2679

Resumo

Através de uma visada panorâmica sobre textos de Jean Amery, Frei Fernando, Catarina Meloni e Derlei Catarina de Luca, procuro discutir como a experiência do encarceramento e da tortura conduziu as vítimas ao registro das imagens do cárcere. Objetos, uniformes, fossos, celas e demais espacialidades assumem forma verbal no testemunho sendo descritos de maneira imprecisa, mas indissociável da vivência do mal. Analiso trechos escritos pelos autores citados procurando revelar o trabalho dissociativo da memória e sua manifestação na escrita do testemunho. Em meio ao esforço para ordenar acontecimentos, figuram imagens de escatologia impregnadas de sensorialidade, entre as mais frequentes o odor, os gritos e o frio, descritos para recompor quadros dinâmicos dispersos na subjetividade do sobrevivente. Palavras-chave: Tortura. Espaço. Memória. Corpo. Trauma.

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Publicado

2016-05-18

Edição

Seção

Dossiê Literatura e Resistência