Este artigo versa sobre o trabalho desempenhado pelas vendedoras de ervas para produção de banho de cheiro e de produtos terapêuticos denominados “garrafadas” em Belém do Pará entre 1830 e 1890. Com isso, tem por objetivo de remontar, com base em documentos de jornais, atas e decretos, a historiografia a respeito das mulheres que trabalharam com ervas e garrafadas terapêuticas nas feiras públicas de Belém entre os anos 1830 e 1890, período em que grandes são os relatos de jornais sobre essa atividade profissional e suas relações conflituosas, e, assim, é capaz de trazer uma importante contribuição para a historiografia urbana desse período em Belém do Pará. Dessa forma, busco apresentar como se desenvolviam essas atividades profissionais que ratificam a presença de religiões de cunho afro ou pajelança desde o século XIX e como ocorriam os possíveis conflitos em torno dessa atividade profissional em Belém. Além de analisar a profissão das ganhadeiras sob uma óptica diferente de muitas outras vistas em diversas regiões do Brasil e mesmo no Pará, uma vez que a maioria dos estudos de referência sobre as ganhadeiras tem como proposta analisá-las sobre o viés alimentício, aqui a investigação se dá pelos olhos documentais voltados para o significado do trabalho e da simbolização do produto Banho de Cheiro, Ervas e Garrafadas fitoterápicas e propor uma relação entre essas vendas e a presença das religiões de matriz africana na Amazônia ou mesmo da própria Pajelança na região urbana, isto é, na metrópole da Amazônia.Palavras-Chaves: Mulheres. Trabalho. Banho de cheiro. Garrafadas.
Biografia do Autor
Lucielma Lobato SILVA, Secretaria Estadual de Educação– SEDUC/PA
Doutoranda em Antropologia Social pela Universidade Federal do Pará PPGA/UFPA, Mestra em Ciências da Religião pela Universidade do Estado do Pará, ministra a disciplina de História na Educação Básica do Estado do Pará.